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Professor da UFMA Imperatriz é premiado em concurso nacional de Psicologia Antirracista com estudo sobre etnoesporte
O docente da UFMA Imperatriz, Fabio José Cardias Gomes, foi um dos vencedores da segunda edição do Prêmio Virgínia Bicudo, concedido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). A premiação, que visa reconhecer práticas e estudos na área de Psicologia Antirracista, destacou o trabalho do professor na categoria "Experiências Individuais", com o artigo intitulado "Relatos de Experiências em Psicologia e Relações Raciais no Sudeste Maranhense: E o Etnoesporte". A cerimônia de premiação está prevista para novembro deste ano, em Brasília.
O CFP selecionou seis trabalhos vencedores e mais quatro iniciativas, que foram reconhecidas com menções honrosas. O prêmio tem como objetivo valorizar iniciativas que promovam a reflexão sobre as relações étnico-raciais, a redução das desigualdades sociais e a promoção da saúde mental com enfoque antirracista.
Em entrevista, o professor destacou a relevância do prêmio para sua carreira. "Ser vencedor do Prêmio Virgínia Bicudo é um destaque profissional, pois atesta a qualidade do pensamento crítico acadêmico antirracista que desenvolvo. Isso nos projeta nacionalmente como pesquisadores- pensadores desta área, especialmente no interior do Maranhão, uma região pouco conhecida no Brasil", afirmou.
Seu trabalho explora a relação entre a psicologia, as relações raciais e as práticas culturais e esportivas tradicionais das comunidades do sudeste maranhense. Ao abordar o conceito de etnoesporte, inspirado nas ideias do professor José Fasheber, o estudo investiga práticas corporais ancestrais, como a corrida de tora Timbira, o etnofutebol e os jogos indígenas. "A motivação veio do próprio edital do prêmio, que reconhece práticas de uma Psicologia Antirracista pelo Brasil. O etnoesporte surge como uma forma de ressignificar o esporte moderno nos territórios tradicionais, conectando-o à luta contra o colonialismo", explicou o professor.
Gomes, que atua como docente do curso de Enfermagem da UFMA em Imperatriz, ainda compartilhou alguns dos desafios que enfrentou durante a pesquisa. "Os deslocamentos aos territórios tradicionais são complexos, com dificuldades de locomoção e custos altos. Além disso, há pouca literatura sobre etnopsicologia e etnoesporte, o que torna essa pesquisa ainda mais desafiadora", comentou.
Quanto aos próximos passos, o professor revela que está trabalhando na organização de um dossiê sobre etnoesporte e jogos tradicionais, em colaboração com pesquisadores de todo o Brasil e do exterior. Ele também destaca seu papel na Comissão de Cotas Negras e Indígenas da Universidade, na qual contribui para a inclusão de estudantes indígenas no meio acadêmico. "Minha atuação na UFMA ajuda a sensibilizar alunos e a comunidade para a importância do combate ao racismo dentro e fora da universidade", pontuou.
O trabalho vencedor receberá premiação de R$2 mil e será publicado em um e-book disponibilizado gratuitamente pelo CFP. A cerimônia de premiação ocorrerá na sede do Conselho, durante o Simpósio Nacional de Direitos Humanos, no início de novembro.
Para mais informações sobre o prêmio e a lista completa dos vencedores, acesse o site do CFP.
Por: Janayna Sousa