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UFMA, INCRA e IMESC mapeiam mais de mil assentamentos no Maranhão
Os professores César Labre, Talita Nascimento e Jadson Pessoa, do Departamento de Economia, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio de um termo de execução descentralizado com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (IMESC), participaram de um estudo que mapeou 1.028 assentamentos no Maranhão, entre 2018 e 2023.
Os dados finais do estudo foram revelados nas publicações: "Caracterização Socioeconômica e Atlas dos Projetos de Assentamentos Federais do Maranhão" e "Projetos de Assentamentos Federais do Maranhão: uma caracterização a partir das supervisões ocupacionais de 2022 e 2023". As duas publicações são frutos do Projeto de extensão "Apoio à elaboração, implantação e gestão de agroindústrias: geração de emprego e renda em áreas de reforma agrária nas regiões Norte e Nordeste – Brasil".
César Labre, coordenador do projeto de extensão, explica que os resultados da pesquisa, que são fatos significativos para análise de assentamentos, vão contribuir para o desenvolvimento socioeconômico das regiões e do setor público-privado. “Os estudos fornecem dados valiosos sobre moradia, trabalho, produção agropecuária e outras atividades dos assentamentos, com o objetivo de subsidiar pesquisas futuras. Acreditamos que essas publicações sejam de grande relevância para a academia, o setor público-privado, os assentados e o movimento social, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico das áreas de reforma agrária nas regiões Norte e Nordeste do Brasil”, afirmou o professor.
No total, foram contabilizadas 12.661 moradias, das quais 95,3% têm acesso à energia elétrica, 95% à água e 92,4% tanto à energia quanto à água. A maioria dos titulares principais ou secundários (96,5%) trabalha apenas no próprio lote. As pastagens, áreas de produção e exploração avícola, representam 45,5% do total das áreas produtivas dos Projetos de Assentamentos (PAs). Em relação à produção agropecuária, 90,8% do rebanho é bovino, enquanto milho, feijão, mandioca e arroz são as principais colheitas. A maior parte da produção é destinada ao consumo familiar, com 80,1% das famílias usando sua produção para subsistência e 52,1% comercializando parte dela.
A coordenadora do resultado das publicações, Talita Nascimento, pontuou sobre como foi o processo de análise dos assentamentos no estado por meio das pesquisas. “São duas publicações, uma com a caracterização dos 106 PAs, a partir de dados do período de 2018 a 2021, e outra com a caracterização de 21 assentamentos, a partir das supervisões ocupacionais realizadas em 2022 e 2023. Em ambas foi realizada uma análise socioeconômica e geoespacial dos PAs. A ideia central das publicações é disponibilizar não apenas uma análise dos assentamentos, mas sobretudo uma base de dados, tanto em formato Excel como Shapefile, para que todos os interessados, pesquisadores, assentados, instituições públicas e privadas, tenham acesso a informações sobre as áreas”, esclareceu Talita.
As pesquisas traçam as características socioeconômicas de 106 e de 21 dos 1.028 PAs no Maranhão, onde foram fornecidas informações sobre moradia, trabalho, áreas produtivas, destino da produção e agroindústrias, com base em dados do Sistema Nacional de Supervisão Ocupacional (SNSO) de 2018 a 2021 e nos relatórios das Supervisões Ocupacionais de 2022 e 2023.
Para o professor Jadson, que participou na intermediação das pesquisas, além de representar uma parceria institucional entre a UFMA, INCRA e o IMESC, as publicações resultam em importantes passos de compreensão sobre os assentamentos no estado, de forma ainda mais aprofundada diante de diversas questões socioeconômicas. “As publicações dos estudos oferecem informações que são relevantes para a sociedade como um todo, com conhecimentos que poderão subsidiar outros estudos e que poderão, nesse sentido, aprofundar o entendimento sobre a realidade desses assentamentos, sobretudo aqui do Maranhão. Essa é a primeira etapa, o objetivo é que possamos desenvolver, continuar para outros estados e, com isso, aprofundar ainda mais a dinâmica socioeconômica desses assentamentos”, destacou.
As publicações podem ser baixadas nos links abaixo:
CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA E ATLAS DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS FEDERAIS DO MARANHÃO (Link para download)
PROJETOS DE ASSENTAMENTOS FEDERAIS DO MARANHÃO: uma caracterização a partir das supervisões ocupacionais de 2022 e 2023 (Link para download)
Por: Camilla Fernanda