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Space Week Nordeste: minicursos trouxeram possibilidades inovadoras para o ensino das ciências

publicado: 24/09/2024 13h11, última modificação: 24/09/2024 16h13
Com a presença de estudantes, professores, pesquisadores, membros da indústria e entusiastas da ciência e tecnologia aeroespacial, a Space Week Nordeste 2024 foi repleta de aprendizado, descobertas e inspiração
Space Week Nordeste: minicursos trouxeram possibilidades inovadoras para o ensino das ciências

Para além da observação do universo, foguetes e pesquisas a partir do espaço, a Space Week Nordeste também mostrou como o espaço e a inovação podem ser aliados no ensino das ciências, na educação básica, de modo inovador, valorizando as competências de alunos e professores, com envolvimento ativo das escolas e das comunidades às quais pertencem.

O minicurso “O Espaço e a Inovação no Ensino das Ciências” propôs uma série de desafios aos professores para conseguirem promover nos alunos as competências necessárias para vingarem no mundo do trabalho, por meio de uma mudança no estilo de interação entre educadores e estudantes. Durante as 15 horas do minicurso, foram abordadas questões como a Inquiry-based Learning (aprendizagem centrada no aluno) e o ensino interdisciplinar STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), além da exploração espacial no dia a dia e a astronomia e a investigação científica na sala de aula.

Segundo a professora Rosa Doran, ministrante do minicurso “O Espaço e a Inovação no Ensino das Ciências”, é preciso virar a chave desse modelo de ensino em que o aluno não é ouvido e nem encorajado a melhorar as suas competências de forma individual.

“É a segunda vez que eu faço [esse curso] dentro da Space Week Nordeste. O objetivo é ajudar os professores a romper algumas barreiras psicológicas no que diz respeito ao processo de ensino e aprendizagem. O setor espacial é um muito exigente em termos de competências que os alunos têm que ter. E se o professor continua naquele paradigma da aprendizagem sentada no professor, em que o aluno tem pouca independência, tem pouca margem de manobra para o pensamento crítico, se o aluno não é convidado a utilizar as novas tecnologias, se o aluno não é convidado a ir até o mais longe que eu posso ir com as ferramentas que existem de tão à nossa disposição, quando ele chegar no mundo de trabalho, ele está muito atrasado com relação a todo o resto, né? Ou seja, quer dizer, não adianta nada, o aluno sai da escola e entra na universidade e não sabe usar um computador como deve ser, não sabe programar, não sabe, nesse momento, inteligência artificial, por exemplo, não sabe usar para ser o benefício”, refletiu a professora Rosa Doran, ministrante do minicurso “O Espaço e a Inovação no Ensino das Ciências”.

O modelo STEAM, que prevê a integração de conhecimentos de Artes, Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, possibilitando ao aluno se preparar para desafios como cidadão e também no mercado de trabalho, associado aos conceitos de astronomia e engenharia aeroespacial, foi abordado no mini curso “O uso do STEAM Espacial no ensino de Ciências e Matemática”, com objetivo disseminar a metodologia o STEAM no que se refere ao uso das engenharias e das artes no ensino de ciências e matemática, tendo como base as atividades vivenciadas Centro Vocacional Tecnológico Espacial (CVT-E), que levam o aluno a pensar em solucionar problemas práticos.

“Aqui, o foco desse minicurso é passar as atividades [desenvolvidas no CVT-E] para os docentes da rede pública e rede privada, para que eles possam também aplicar nossas atividades em sala de aula, no ensino de matemática e ciência, colaborando para melhorar essa cognição desses assuntos relacionados às áreas propedêuticas de ciências e de matemática”, explicou Credson Isaac L. dos Santos, professor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e um dos ministrantes do minicurso.

O projeto CVT-E, que é uma parceria entre Agência Espacial Brasileira (AEB), Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Prefeitura Municipal de Parnamirim e do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), também colabora para a popularização das ciências espaciais. “A Agência Espacial Brasileira, ela tem essa preocupação, tanto quanto a popularização da ciência, como também dentro da popularização divulgar ciências espaciais, como também passar um pouco do conhecimento do que é o programa espacial brasileiro e das atividades ligadas às ciências espaciais. E uma forma de fazer isso é atendendo os estudantes e fazendo capacitação de professores”, frisa a coordenadora da AEB - Unidade Regional de Natal, no Rio Grande do Norte, Adriana Corrêa.

Para os professores participaram dos minicursos, a experiência é importante tanto pelo caráter formativo como pelo impacto que terá em sala de aula. “Está sendo uma experiência única. É bem importante a gente qualificar, se atualizar, contribui bastante para a nossa formação, o nosso crescimento. Enquanto a professora, auxilia na didática das aulas. E assim, as palestras são maravilhosas. A gente tá aqui sendo presenteado, com excelentes palestrantes”, expressou Marilene Sousa, professora da educação básica estadual.

Já o professor Manoel do Carmo avaliou que as ideias apresentadas durante o minicurso faram diferença na sala de aula: “Eu acho que a influência que vai ter no meu trabalho é muito boa, Tivemos várias opções de experimentos, de práticas, que vão poder ser adaptadas e adequadas ao ambiente de sala de aula. Com certeza você vai aumentar o interesse dos alunos e participar dessas atividades visualizadas”, concluiu.  

A Space Week Nordeste 2024, com o tema “Ciência e Tecnologias espaciais para benefício da natureza e da sociedade”, ocorreu de 16 a 22 de setembro, em São Luís. A próxima edição do evento acontece em 2025, no estado de Pernambuco.

Por: Ingrid Trindade

Fotos: Ingrid Trindade

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