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Rádio Opinião desta terça-feira, 9, entrevista o médico epidemiologista Antônio Silva para falar sobre a varíola do macaco

publicado: 09/08/2022 13h44, última modificação: 09/08/2022 16h06
O professor da UFMA fala sobre a doença causada pelo vírus monkeypox.
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Nesta terça-feira, 9, o quadro Rádio Opinião da Rádio Universidade FM 106,9 recebeu o médico epidemiologista e professor da Universidade Federal do Maranhão Antônio Augusto Moura da Silva, para falar sobre a doença da varíola do macaco. Causada pelo vírus monkeypox, que pertence à mesma família poxvírus e ao mesmo gênero ortopoxvírus da varíola humana, é considerada como uma emergência de saúde global pela Organização Mundial da Saúde.

Segundo Antonio, é uma doença limitada e de baixa transmissibilidade que dura em torno de duas a quatro semanas e, normalmente, a transmissão ocorre via contato com a secreção que sai da bolha, enquanto, por via respiratória, precisa-se de tempo para ocorrer. “É praticamente impossível a pessoa ser contaminada na rua, haja vista que a transmissão da varíola do macaco requer contato bastante próximo e prolongado com o contaminado”, explicou. Ele fez uma analogia à varíola — vírus erradicado —, que costumava ser contagioso, desfigurante e, muitas vezes, mortal. “A varíola do macaco é uma doença de menor gravidade, comparada com a varíola, que matava cerca de 30% dos doentes na época que ela existia”, completou.

Também lembrou que há dois tipos de vírus dessa doença na África, um é caracterizado por alto nível de mortalidade; e outro, por baixo nível de mortalidade. “Nós, da linha de frente, precisamos fazer nosso trabalho, testar e isolar os doentes para que possamos frear esse surto, uma vez que ele é controlável”, disse.

A varíola do macaco é uma doença que foi transmitida aos humanos a partir de um vírus que circula entre animais. Antes do atual surto, ocorria principalmente na África Central e Ocidental, sobretudo, em regiões perto de florestas, tendo em vista que os hospedeiros são roedores e macacos. A taxa de letalidade histórica da varíola dos macacos, antes do atual surto, era considerada na faixa de 3% a 6%. O primeiro caso foi detectado em humanos em 1970, de acordo com uma matéria publicada no site do G1.

Para o epidemiologista Antônio Silva, o Brasil deve, urgentemente, disponibilizar testes de PCR para diagnósticos, bem como isolar os afetados o mais rápido possível, pois, ao contrário da covid-19, que foi impossível conter, a varíola monkeypox é possível ser contida. O professor enfatizou que a máscara não é uma boa alternativa de proteção, uma vez que a contaminação por via respiratória ocorre apenas em lugares fechados.

Confira a entrevista na íntegra

Por: Lucas Araújo

Produção: Bruna Castro

Revisão: Jáder Cavalcante