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Professores e discentes de comunicação social da UFMA recebem Prêmio MPMA de Jornalismo

publicado: 09/05/2024 12h42, última modificação: 09/05/2024 12h54
Professores e discentes de comunicação social da UFMA recebem Prêmio MPMA de Jornalismo

Professores e alunos do curso de comunicação social da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), dos Câmpus São Luís e Imperatriz, são premiados em Prêmio MPMA de Jornalismo do Ministério Público do Maranhão (MPMA). O prêmio teve como objetivo reconhecer a função social da mídia e sua importante ação como formadora de opinião e difusora de informações. A UFMA foi condecorada em duas categorias: webjornalismo, com a reportagem 'A diáspora dos indígenas venezuelanos warao: dos caños aos semáforos', de autoria do professor de Comunicação Social - Rádio e TV do Câmpus São Luís, Ed Wilson Araújo; e na categoria de radiojornalismo, com a série 'A terra é nossa: quilombolas no Maranhão e conflitos fundiários', escrita pela professora de Comunicação Social - Jornalismo, Marta Alencar, pela técnica de laboratório, Rosana Barros, e pelos discentes Katherine Martins e Wanderson Camêlo, do Câmpus de Imperatriz. 

A entrega dos troféus ocorreu na segunda-feira, 6, no Hotel Luzeiros, em São Luís e contou com a participação de profissionais da imprensa, servidores do Ministério Público do Maranhão (MPMA), por meio do procurador-geral de justiça, Eduardo Nicolau, e dos finalistas da premiação. Foram premiados trabalhos inscritos nas categorias Jornalismo Impresso, Telejornalismo, Radiojornalismo e Webjornalismo, além de Estudantes.

Premiações

Webjornalismo

O professor ED Wilson Araújo foi premiado em primeiro lugar na categoria webjornalismo com a reportagem 'A diáspora dos indígenas venezuelanos warao: dos caños aos semáforos'. Publicada em seu blog em 31 de outubro de 2023, a reportagem aborda a difícil situação dos indígenas warao que sairam da Venezuela em busca de melhores condições de vida e se encontram em situação de vulnerabilidade nas ruas de São Luís. Na mesma categoria, Rafael Cardoso, repórter do G1 Maranhão, também conquistou o primeiro lugar com a reportagem 'Seis anos após morte de detento e ações na Justiça, Maranhão não usa mais gaiolões para presos'.

Sobre a reportagem, o professor conta que com o olhar jornalístico ficou curioso e se sensibilizou com a situação dos povos nas ruas, o que estimulou o início do projeto.  “A imagem que a gente cotidianamente vê nos semáforos, nos cruzamentos da cidade e geralmente acompanhados de crianças, me tocou. Me impulsionou para que eu quisesse saber mais sobre a vida desses indígenas, saber onde eles moram, em que condições estão vivendo e que tipo de assistência eles têm, ou seja, revelar aquilo que estava oculto”, ressalta. 

Ed Wilson espera que com a visibilidade da premiação, possa provocar o aspecto da denúncia e que sirva como fonte de impulso para possíveis ações de justiça, pois isso é um dos principais objetivos da matéria, auxiliar essas pessoas de alguma forma. “A reportagem tem o tom de denúncia, revelando violações de direitos e crises humanitárias. O que esses indígenas warao estão vivendo é uma crise humanitária”, enfatiza.  

O professor também menciona que se sente agraciado, pois é a segunda vez que ganha o prêmio nessa mesma categoria. Em 2019, foi premiado com uma reportagem sobre violação de sítios históricos e arqueológicos de quilombolas na região do litoral ocidental do Maranhão. “Me sinto muito feliz e realizado como professor e como jornalista em ter sido duas vezes já premiado em um certame que é importante: o prêmio de jornalismo do Ministério Público. É uma vitória, sobretudo do jornalismo, não é uma vitória pessoal. E é também uma maneira de incentivar os meus alunos dos de Rádio TV e jornalismo da UFMA a essa profissão de jornalista”, incentiva.   

Ed Wilson é graduado em jornalismo e mestre pela UFMA, doutor em Comunicação pela PUC do Rio Grande, é professor do departamento de Comunicação Social - Rádio e TV na UFMA e tem estudos na área de rádios comunitárias e rádio AM (Amplitude modulada).

Radiojornalismo

No Câmpus Imperatriz, a série 'A terra é nossa: quilombolas no Maranhão e conflitos fundiários' se destacou na categoria radiojornalismo. Produzida pela professora Marta Alencar em conjunto com os alunos Katherine Martins e Wanderson Camêlo, e com a colaboração da técnica Rosana Barros, a série foi veiculada na Rádio Teresina FM no dia 25 de outubro de 2023 e conquistou o primeiro lugar na premiação.

Marta conta que o objetivo da série é debater um dos principais problemas que o Maranhão enfrenta, que é a questão dos conflitos fundiários. “Isso é notório na questão dos territórios quilombolas, onde muitas vezes os quilombolas na região padecem com relação à questão da falta de direitos ou mesmo de um policiamento, pois muitas vezes são perseguidos por empresários. Eles enfrentam não apenas perseguição, mas também violência. A série foi pensada não só em tratar sobre esse problema de conflitos fundiários no Maranhão mas também para enfatizar que é um direito deles, por isso o título é ‘A terra é nossa’, destaca o direito desses quilombolas. Vale lembrar que o Maranhão é o segundo estado do Brasil com maior número de quilombolas, atrás somente da Bahia, então é muito importante trazer realmente à tona, principalmente para o estado do Maranhão", defende.

Uma das colaboradoras da série, a discente de jornalismo do Câmpus de Imperatriz, Katherine Martins, comenta que pôde entrar em contato com várias pessoas que lutam e fazem a diferença em suas comunidades quilombolas. Katherine ainda expressa a felicidade em rececer o prêmio como reconhecimento do trabalho que vem desenvolvendo durante durante a graduação. “É gratificante a experiência recebida por meio de um trabalho como esse, a sintonia com a equipe, a responsabilidade pelas vozes das fontes, a mensagem que queremos passar. E estar além dos muros da Universidade, colocando em prática os conhecimentos adquiridos. Isso enriquece a formação de qualquer estudante”, externa. 

Por: Lara Castro

Produção: Sarah Dantas

Fotos: CCOM-MPMA e Arquivos pessoais

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