Presidente da Liga Acadêmica de Oftalmologia do Maranhão orienta sobre os cuidados com a visão nesse período de quarentena

Com a pandemia, houve um aumento significativo da exposição a telas de dispositivos eletrônicos, visto que atividades como aulas, trabalho e reuniões ocorrem de forma majoritariamente ou unicamente virtual. Muitas vezes as pessoas passam a maior parte do dia expostas a esses dispositivos, o que pode ocasionar danos à visão. Pensando nisso, o presidente da Liga Acadêmica de Oftalmologia do Maranhão (Laof), Paulo Henrique Simões, falou sobre alguns cuidados que podem ser tomados com a visão durante esse período de isolamento social.

Segundo Simões, o excesso de exposição à tela pode ocasionar uma série de danos a visão. “Quando uma pessoa fica muito tempo na frente de uma tela, acaba focando por um longo período de tempo em uma distância fixa. Alguns artigos chineses com dados ainda não definidos alertam para uma possível causa de aumento da miopia. Outro problema da exposição constante é a diminuição da quantidade de vezes que normalmente o olho deveria piscar, mecanismo involuntário para melhoria da lubrificação ocular. Tal comportamento pode gerar um ressecamento do olho que, de início, pode causar coceira e posteriormente outros problemas na visão.

Ele ainda orienta que para manter a saúde dos olhos o ideal é fazer uma consulta anualmente com um oftalmologista e praticar alguns hábitos para descansar a visão.: “Devido a essas questões, é preciso ir anualmente ao oftalmologista como rotina médica e, além disso, tentar pôr em prática o hábito de descansar a visão, tirando os olhos da tela a cada 30 minutos e buscando olhar, por alguns segundos, para o horizonte, para que os músculos relaxem e o olho possa piscar como de habitual, dando uma maior lubrificação ao globo ocular. Também é válido usar os filtros de tela amarelos à noite, para evitar, além do cansaço na visão, a desregulação do ciclo de sono”.

O presidente da Liga ressalta a importância do uso dos óculos para quem necessita. “Os óculos são uma órtese que ajuda nos problemas de visão. Devem ser prescritos por um oftalmologista e devem ser testados nas consultas de seis meses a um ano. Tendo eles em dia, as recomendações de quem não usa óculos para com as telas devem ser iguais, pois os óculos permitem uma correção visual. Tirando do cenário das telas, algumas doenças oftálmicas necessitam de óculos com lentes especiais, fotossensíveis, que escurecem quando há uma maior exposição à iluminação.

De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a distância ideal das telas de celulares e computadores é de 60cm. A iluminação deve ser adequada para cada uso do indivíduo. Caso ele necessite estudar ou fazer uma leitura, deverá ter uma quantidade de luz adequada para enxergar bem o que está fazendo e, se enxergar bem não precisará “forçar” a visão, impedindo o cansaço. Contudo, sobre a luz, o que pode gerar problemas é o brilho das telas. O ideal e recomendado pela CBO é que se utilize filtros de tela amarelos ou diminuir o brilho nos aparelhos, podendo também ser usado os novos modos noturnos.

Saiba mais

A Liga Acadêmica de Oftalmologia do Maranhão foi fundada em 2013, tendo suas atividades voltadas para o ensino, pesquisa e extensão na área médica de oftalmologia. Passou por um período inativa, porém no final de 2020 foi reativada tendo suas atividades retomadas em dois ambulatórios de São Luís, que são no Centro de Olhos do Maranhão (Comar) e no Centro de Referência em Oftalmologia do Hospital Universitário. A liga possui como um de seus objetivos a educação e a prevenção de doenças oculares prevalentes na população maranhense, além de integrar o conhecimento prático e teórico sobre a oftalmologia, visando à formação de profissionais de saúde humanizados e aptos a suprir as demandas profissionais cotidianas, bem como, as reais necessidades da população.

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 Por: Kelle Dias

Produção: Laís Costa