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Pesquisadora do Câmpus de Imperatriz recebe Prêmio Fapema 2022 por estudo sobre a coinfecção tuberculose-HIV em Imperatriz

publicado: 26/01/2023 11h51, última modificação: 27/01/2023 09h45
A pesquisa mostrou que a proporção da população imperatrizense que teve a coinfecção variou de 41,7% em 2008 a 7,1% em 2019

Lívia Fernanda Siqueira Santos, aluna egressa do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Tecnologia, do Centro de Ciências de Imperatriz (CCIM), ganhou o Prêmio Fapema 2022, na categoria Dissertação de Mestrado — área de Ciências da Saúde, com a pesquisa “Coinfecção Tuberculose/HIV em Cenário do Nordeste Brasileiro: Tendência da Prevalência, Distribuição Espacial e Fatores Associados”, que teve o objetivo de analisar os aspectos clínico-epidemiológicos da coinfecção tuberculose-HIV e sua distribuição espacial no município de Imperatriz.

A pesquisadora contou que a motivação para produzir um estudo com essa temática foi o interesse de conhecer a realidade epidemiológica e espacial da coinfecção tuberculose-HIV em um cenário do Nordeste brasileiro que apresenta indicadores sociais e epidemiológicos vulneráveis relacionados à tuberculose, que é a principal infecção que acomete pessoas vivendo com HIV-Aids.

O trabalho foi realizado por meio de um estudo ecológico dividido em duas etapas, sendo a primeira chamada de “exploratória dos dados”; e a segunda, “análise espacial”, nas quais foram analisados dados da cidade de Imperatriz, em que constam os registros de notificação compulsória da tuberculose associados à infecção pelo HIV. Os dados foram coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Serviço de Vigilância em Saúde, em que foram consideradas as notificações compulsórias de todas as formas clínicas da tuberculose.

Por meio dessas informações, a pesquisadora realizou a Análise de Kernel e a estatística de varredura espacial, em que foram detectados dois aglomerados espaciais estatisticamente significantes que evidenciaram a heterogeneidade da distribuição espacial da coinfecção tuberculose-HIV restrita à zona urbana, sobretudo em setores censitários da parte central da cidade, com dispersão para áreas periféricas, caracterizadas por se apresentarem em expansão territorial, elevada densidade populacional e marcantes desigualdades socioespaciais.

De acordo com os dados obtidos pelo estudo, a proporção da população imperatrizense que teve a coinfecção tuberculose-HIV variou de 41,7% em 2008 a 7,1% em 2019, com média de 20% e tendência decrescente ao longo do período analisado. Os estudos também mostraram que a coinfecção esteve associada ao sexo masculino, à zona de residência urbana, à entrada por recidiva, ou seja, o retorno da atividade da doença relacionada ao abandono de tratamento.

Lívia avaliou que o reconhecimento de sua pesquisa servirá de motivação para ela e para os demais pesquisadores que se interessam por estudos em saúde. “Essa premiação é motivo de muita alegria e de reconhecimento de um trabalho realizado ao longo do mestrado e com envolvimento de um grupo de pesquisa coordenado pelo professor doutor Marcelino Santos Neto. Importante ainda o reconhecimento entre os pares, o que nos motiva a seguir investindo na pesquisa para demonstrar a realidade geoepidemiológica dos agravos em destaque em nosso estado e, sobretudo, gerar subsídios à gestão e sistemas de serviços de saúde no sentido de implementar ações de controle e vigilância desses agravos de saúde pública”, declarou.

Marcelino Santos Neto, que orientou a dissertação, contou que ter vencido o prêmio foi motivo de muita alegria, entusiasmo e também de honra por ter a valorização de um trabalho realizado com envolvimento e dedicação dos docentes e discentes do Curso de Pós-Graduação em Saúde e Tecnologia da UFMA. “Tal reconhecimento é uma mola propulsora para a continuidade de estudos que contribuam para a gestão e os serviços de saúde no sentido de gerar subsídios para implementação de ações de vigilância e controle de doenças e agravos prevalentes em nosso território. Gostaria ainda de reiterar nossos agradecimentos à Fapema, não somente pela premiação, mas por todo o apoio e os financiamentos dispensados aos pesquisadores do estado, bem como à UFMA, por colaborar e apoiar a pesquisa, um dos importantes pilares da Universidade”, relatou.

O trabalho contou com a participação de outros docentes e discentes do grupo de pesquisa ligado ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Tecnologia do CCIM. O grupo tem trabalhado com estudos epidemiológicos ecológicos com medidas distintas de análises abordando tanto doenças transmissíveis isoladas ou associadas e doenças e/ou agravos não transmissíveis.

Saiba mais

Todas as pessoas com tuberculose devem fazer o tratamento até o final. A pessoa com tuberculose necessita ser orientada, de forma clara, quanto às características da doença e do tratamento a que será submetida. Para mais informações acesse o portal do Ministério da Saúde sobre o tema.

Por: Bruno Goulart

Produção: Alan Veras

Revisão: Jáder Cavalcante

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