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Mestranda do PPGS analisa problemas ambientais e impactos na saúde das comunidades urbanas adjacentes à Bacia Hidrográfica do Rio Anil

publicado: 06/07/2023 10h35, última modificação: 06/07/2023 10h35
Mestranda do PPGS analisa problemas ambientais e impactos na saúde das comunidades urbanas adjacentes à Bacia Hidrográfica do Rio Anil

Graduada em oceanografia pela UFMA e discente do mestrado do Programa de Pós-graduação em Saúde e Ambiente (PPGSA) do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), Ana Kate Abreu Mendonça desenvolveu, em sua dissertação de mestrado, intitulada Diagnóstico dos Serviços de Tratamento de Esgotos na Bacia Hidrográfica do Rio Anil, análises a respeito dos problemas ambientais e impactos na saúde das comunidades urbanas adjacentes à bacia.

A pesquisadora aponta que os recursos hídricos têm forte relação com a qualidade ambiental e a vida humana, e, a falta da gestão desses recursos, aliada à ausência de saneamento, compromete a relação com a saúde e o ambiente, favorecendo o surgimento de doenças de veiculação hídrica ou relacionadas ao saneamento ambiental inadequado.

“A cidade de São Luís possui um histórico de prestação de serviço de saneamento com deficiência em sua cobertura, o que agrava os problemas gerados pelo saneamento ambiental inapropriado. Esse estudo se propõe a analisar a qualidade dos efluentes tratados de duas estações de tratamento de esgotos inseridos nos arredores da Bacia Hidrográfica do Rio Anil, na Ilha de São Luís, relacionando com os impactos gerados na saúde das populações usuárias dos serviços e que residem próximo ao corpo hídrico receptor e ao ambiente”, explica.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), como pontua a pesquisadora na pesquisa, saneamento pode ser entendido como “o controle de todos os fatores do meio físico do homem que exerce ou pode exercer efeito nocivo sobre o seu bem-estar físico, mental ou social”. De outra forma, pode-se dizer que saneamento caracteriza o conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo alcançar salubridade ambiental.

Como metodologia, foi realizada uma análise de amostras dos efluentes, obtidas bimestralmente no ponto receptor de cada estação de tratamento de esgoto, no período de agosto de 2021 a março de 2022. Para análise dos efluentes, foram mensurados parâmetros físico-químicos da água residuária, utilizando-se um kit multiparâmetro. Além disso, foram realizadas entrevistas com os moradores de três distritos para abordar os efeitos das estações em relação ao meio ambiente, na saúde, aspectos socioeconômicos e avaliação dos serviços de saneamento.

“Os dados encontrados evidenciam a necessidade de monitoramento do ambiente, devido a parte da população morar muito próximo aos corpos receptores e sofrerem risco de contaminação ao entrar em contato com a água, refletindo, assim, a falta de atenção do poder público mediante as falhas da empresa de saneamento ambiental e pelo déficit em políticas públicas de planejamento urbano”, expõe.

Despejos inadequados, como ressalta a pesquisadora, prejudicam a biota e afetam as atividades de lazer e do turismo em nossa cidade. Também podem causar doenças que geram despesas ao sistema público de saúde, faltas escolares e ao trabalho, internações e até óbitos, principalmente entre o público mais vulnerável, como crianças com menos de cinco anos e os idosos.

Ana conta que a pesquisa é motivada em buscar respostas sobre a situação do saneamento ambiental em São Luís. “Diariamente, ao fazermos um passeio ou demais atividades pela cidade, deparamo-nos com diversos problemas ambientais relacionados ao saneamento, principalmente os referentes ao de esgoto doméstico, com o despejo de resíduos em canais, rios, laguna e praias ou até mesmo nos canais que deveriam ser apenas de drenagem, realidade do meu bairro, que desde criança, sempre me entristeceu, nunca julgando essa situação como normal”, relata.

 

Por: Juan Terra e Júlio César

Produção: Alan Veras

Revisão: Jáder Cavalcante

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