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Mérito Cultural: “É um dom que a natureza nos dá de saber fazer arte”

publicado: 04/10/2023 12h34, última modificação: 04/10/2023 21h47
A fala de José de Jesus Figueiredo, conhecido como mestre Zé Olhinho, marca a cerimônia realizada em homenagem à cultura maranhense.
Mérito Cultural: “É um dom que a natureza nos dá de saber fazer arte”

O Mérito Cultural, solenidade na qual a Universidade laureia personalidades que contribuem significativamente para a cultura do país e do Maranhão em diversos segmentos artísticos, como literatura, música, teatro, artes plásticas, foi mais uma vez realizado. O evento ocorreu nessa terça-feira, 3, no Palácio Cristo Rei, e onze personalidades e catorze instituições literárias foram homenageadas.

O magnifico reitor Natalino Salgado Filho, em discurso, parabenizou os homenageados e analisou a cultura e como ela se cria, interage e toca a vida e o fazer humano. “Não existe um consenso sobre a cultura ser um modo de vida ou a vida em si mesma, como feita do que vem com diversas experiências sociais. Não existe, porém, dúvida de que, desde de que a humanidade constatou, é pelas práticas comuns que os sujeitos se reconhecem, emergindo da identidade, a fluir de um momento, de um lugar ou de um jeito de viver, seja pela prosa, pelo verso, pelo canto, pela história, lenda ou mistério, a expressar o pertencimento”, definiu.

Entre as catorze instituições homenageadas, foram destacadas as academias de letras do interior do estado, que têm suas missões em resgatar, promover e valorizar a cultura em seus munícipios e regiões. O Vice-reitor da Universidade, Marcos Fábio Belo Matos, integrante da Academia Imperatrizense de Letras, que, na ocasião, recebeu a comenda em nome da organização, afirmou que essa é uma horaria ímpar, uma vez que essa condecoração reconhece o trabalho de academias responsáveis por discutir e difundir a literatura feita em suas respectivas cidades. “Para mim, é um motivo de muito orgulho e uma honra muito particular receber essa homenagem em nome dos meus 39 confrades e confreiras. Eu faço parte desde 2016 dessa entidade com mais de trinta anos de atuação e que realiza diversas ações em prol da literatura, com respeitabilidade e fazendo um trabalho muito quisto na região Tocantina”, afirmou.

Lourival Serejo, presidente da Academia Maranhense de Letras, pontua que as medalhas e horarias desse porte são tradições que remetem ao reconhecimento e são valorizadas por quem as confere e, nesse entendimento, um reconhecimento dessa espécie, como definiu, reverte-se de importância considerável pelo respeito e excelência que a Universidade Federal do Maranhão conquistou ao longo de seus 57 anos de atividade. “ Ao conferirmos a relação dos agraciados com essa homenagem, constatamos que a Universidade cumpre mais uma vez com um de seus objetivos mais relevantes, que consiste em engajar-se ativamente com a sociedade, destacando pessoas e instituições que contribuíram e contribuem para a sociedade, a fim de torná-la mais humana e mais desenvolvida culturalmente”, expôs.

        

Mérito Cultural - 03 - 10

A Pró-Reitora de Extensão e Cultura da Universidade, professora Zefinha Bentivi, destacou a ampla missão da Universidade, não se limitando apenas à formação de profissionais e à pesquisa, mas também se estendendo à valorização dos talentos da sociedade maranhense e brasileira. Também enfatiza que o mérito cultural é uma expressão desse reconhecimento, honrando aqueles que merecem destaque, e ressaltou que essa é uma das responsabilidades mais significativas da instituição.

Gustavo Martins Marques, arquiteto e urbanista, mestre em Planejamento Urbano pela Oxford Brookes University e doutor em Urbanismo pela UFRJ, professor adjunto da Uema, ex-secretário municipal de urbanismo de São Luís e responsável por coordenar várias ações de urbanização na cidade, como das praças Deodoro e do Carmo, afirma que receber esse título é uma satisfação imensa, “Tive a alegria muito grande de poder me envolver e trabalhar pela vida da cidade em que nasci e resido, por isso receber esse prêmio hoje e vindo de uma entidade que possui grande prestígio e respeito como a UFMA, nos honra e estimula a continuar trabalhando ainda mais pela cidade e pelo estado”, comentou.

O cantor e compositor de toadas José de Jesus Figueiredo, conhecido como mestre Zé Olhinho, é o fundador e presidente do Boi de Santa Fé. Nascido no município de São Vicente de Férrer, na região da Baixada Maranhense, Zé Olhinho é responsável pela composição de mais de uma centena de toadas. Em oitenta anos de vida, dedicou sessenta aos grupos folclóricos de sotaque da baixada. “Hoje me sinto gratificado e feliz de ter essa oportunidade de estar sendo prestigiado por fazer o que eu gosto de fazer e trago em minha veia. É um dom que a natureza nos dá de saber fazer arte, cantar em nossos bois e ter motivação para participar e organizar, pois não é só fazer, é necessário fazer bem e fazer para agradar e chamar atenção de todos”, relatou.

Pergentino Holanda, jornalista com mais de cinquenta anos de atuação na imprensa e responsável por colunas em diversos jornais no âmbito estadual, nacional e até internacional, conta que receber a essa honraria lhe traz uma alegria muito grande, pois, como relata, além da sua careira como colunista, já foi da Universidade. “Nesse meu período todo de atuação, eu pude me dedicar à vida cultural e social, à vida econômica e financeira do Brasil e do mundo, por isso receber essa honra me envaidece, me torna maior e me faz crescer no meu próprio conceito individual e, creio, no conceito das pessoas que me admiram e acompanham meu trabalho”, finaliza.

 

Por: Juan Terra

Fotos: Ingrid Trindade

Produção: Alan Veras

Revisão: Jáder Cavalcante

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