I Mostra Universitária é destaque no 47º Festival Guarnicê de Cinema

A 47º edição do Festival Guarnicê de Cinema, promovido pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) por meio da Diretoria de Assuntos Culturais (DAC) da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec) trouxe uma grande novidade para a edição deste ano, a I Mostra Universitária. A Mostra é totalmente composta por produções realizadas por estudantes maranhenses matriculados em uma instituição de ensino superior. 

O objetivo é valorizar a produção cinematográfica dos estudantes maranhenses e proporcionar um novo espaço para a difusão e o reconhecimento de seus trabalhos. Os filmes inscritos foram avaliados por uma comissão julgadora designada pela organização do  Festival Guarnicê de Cinema. Os concorrentes disputam o Troféu Guarnicê para o melhor videoclipe e o melhor curta-metragem.

As primeiras exibições ocorreram na manhã de terça-feira, 11, no cinema Sesc Deodoro, e se estenderam até quarta-feira, 12. Inicialmente, foram exibidas dez obras, que variavam entre documentário, ficção, experimental e videoclipe. As obras marcam o início da nova iniciativa do Guarnicê em propor espaços para que trabalhos audiovisuais de estudantes possam ganhar visibilidade e romper os muros da universidade.

Brena Maria, discente do curso de Teatro da UFMA e diretora do documentário “Alábòójuto Ilé: Festa de Ogum” realizado no terreiro de mina casa Ilê Ashé Ogum Sogbô, explica sobre seu processo de produção. “Foi muito gratificante realizar esse trabalho, ele faz parte do pedido do chefe da casa, Pai Airton, que gostaria muito que nossa equipe fizéssemos registros da festa de Ogum. Foi um trabalho de guerrilha pois não tínhamos recurso financeiro e nos locomovíamos até o terreiro por conta própria, a partir disso fazíamos registros, da festa e imagens da casa e disponibilizávamos isso para eles, para o terreiro, para manutenção do acervo imagético do terreiro. E a edição também foi feita ali num processo por conta própria, estávamos sem recurso, então demorou um bom tempo para finalizarmos esse material e finalmente conseguimos, nesse ano, inscrever ele no Guarnicê, estamos muito feliz por isso”, expressa. 

Sobre o sentimento em estar participando da I Mostra Universitária do Guarnicê, Brena pontua a importância de um evento como o Guarnicê em proporcionar um espaço para que esses futuros profissionais possam apresentar suas obras a um público mais amplo. “Bom, eu fico muito feliz porque é a primeira vez que o Guarnicê abre as portas para nós universitários. Eu sou estudante do curso de teatro, fico muito feliz por essa oportunidade de estar exibindo esse material. Esse primeiro material que também é experimental, porque estamos ali experimentando ferramentas, também visualidades, é uma oportunidade muito grande de poder mostrar o nosso trabalho também dentro do festival”, frisa. 

Diretor do curta “Imago”, Pedro Pimenta, discente do curso de Rádio e TV da UFMA,  explica no que se baseia o curta e como ocorreu o seu processo de produção. “Imago é um curta que justamente vai abordar o conceito de consumo de imagens, como estamos sempre, o tempo todo bombardeados por imagens, por informações e a forma como as consumimos e como elas acabam nos consumindo também. Então, acaba que nos tornamos refém das imagens e do que a internet passa para nós. O projeto foi resultado da cadeira de “Teorias da Imagem”, fizemos como trabalho final, onde tínhamos que abordar um conteúdo estudado dentro da disciplina e desenvolver ele dentro de um curta, um curta experimental. Nosso suporte foi, justamente, das professoras Jane Maciel e Carol Libério, elas estavam o tempo todo do nosso lado dando dicas de como melhorar, do que fazer e do que não fazer também”. 

Pedro ainda complementa sobre a importância da Mostra Universitária ao abrir portas para novos talentos. “Acredito que essa Mostra Universitária chegou num momento muito importante, porque justamente ela abre portas para essas novas pessoas que estão tentando entrar no audiovisual, pois sabemos que é um mercado muito difícil, que é muito fechado, então a Mostra Universitária vem justamente para poder dar voz para quem não estava sendo ouvido, para quem não estava sendo mostrado”, finaliza. 

Alana Ramos, diretora do curta experimental “Lamentação”, descreve a sinopse do seu curta e como ocorreu o seu processo de criação. “A obra “Lamentação”, é uma obra experimental documental de registros que vem falar sobre que a verdade, é um curta visual muito forte, as imagens são fortes, não tem diálogos. Eu queria mostrar com esse filme certas emoções, como incertezas, medos, na obra também coloco questões de pessoas em situação de rua, de esgoto, que é um problema da cidade, são coisas que me afetam quando ando por São Luís. E eu não tive nenhum tipo de orçamento nele, pelo contrário, foi tudo artesanal, eu fiz sozinha com meu celular, desde a direção até trilha sonora e montagem”.

Sobre o sentimento em participar da I Mostra Universitária, Alana pontua sua primeira experiência com a produção de um filme e a valorização da Mostra para a comunidade acadêmica. “Eu me sinto muito emocionada, primeiramente por ter meu filme pela primeira vez sendo exibido em uma sala de cinema, como é uma sala recente também no cinema SESC, que é um cinema nosso, e é muito importante abrirmos as portas aos jovens cineastas daqui. Eu me sinto muito feliz em estar participando e espero que continue a Mostra Universitária”, declara.