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HU-UFMA participa de projeto que visa a melhoria do tratamento da endometriose pelo SUS

publicado: 23/10/2023 09h55, última modificação: 24/10/2023 00h28
Profissionais da Beneficência Portuguesa vieram ao hospital para realizar etapa final do Projeto
HU-UFMA participa de projeto que visa melhoria do tratamento da endometriose pelo SUS

O Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), gerido pela Empresa de Serviços Hospitalares (Ebserh), é um dos cinco centros de referência no Sistema Único de Saúde (SUS) participantes do Projeto “Endometriose Brasil: Programa de aprimoramento profissional para diagnóstico e tratamento da doença”. A iniciativa é do Ministério da Saúde, em parceria com a Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP), por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, PROADI-SUS.

Nos últimos dias 19 e 20 de outubro, foi realizada a última etapa do projeto, na qual aconteceu a tutoria da cirurgia. Profissionais da BP visitaram o HU-UFMA para o acompanhamento diagnóstico de cirurgias desenvolvidas pela equipe do HU, além da realização da discussão de casos cirúrgicos, aulas e visitas nas enfermarias.

O projeto tem por objetivo estabelecer uma linha de cuidado com equipes regionais especializadas, que sejam referência na abordagem integral da endometriose, no que compete ao diagnóstico e tratamento. Para isso, médicos e enfermeiros do HU-UFMA participaram da capacitação, que incluiu duas idas a São Paulo (a primeira no final de 2022 e a segunda já em 2023). Em cada visita, os participantes acompanharam uma média de 10 cirurgias, além do ambulatório e do pós-operatório das pacientes.

Marina Andres, médica ginecologista e coordenadora de Ginecologia do Proadi Endometriose, explica quais os focos do projeto, já que trabalham em todos os níveis de atenção à saúde. Segundo a coordenadora, na Atenção Básica, a ideia foi capacitar os profissionais para que comecem a fazer o diagnóstico e referenciem as mulheres com maior rapidez, pois esse é ainda um grande gargalo, já que mulheres demoram uma média de sete anos para conseguir o diagnóstico, o que traz sérias consequências. Já nos centros especializados, a exemplo do HU-UFMA, a ideia foi “capacitar, principalmente para a realização da imagem, para fazer o diagnóstico e mapeamento, assim como focar na parte cirúrgica, para a melhoria do tratamento, com base em uma padronização dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) pelo Brasil”, reiterou.

Segundo a coordenadora, a endrometriose é uma doença muito prevalente, que acomete em torno de 10% a 15% das mulheres, e o tratamento, principalmente o cirúrgico, é de alta complexidade. “Temos no Brasil poucos centros que já fazem esse tratamento, e muitas vezes é um centro único, como é o caso aqui no Maranhão, então a ideia é ampliar para que as mulheres tenham mais acesso e mais qualidade nos tratamentos em todo o país”, pontuou Marina.

O cirurgião ginecológico João Beltrão reforçou a relevância do projeto, que traz benefícios diretos para as pacientes atendidas na instituição. “Participar dessa capacitação foi muito importante, pois já desenvolvemos cirurgias aqui, mas esse projeto veio para contribuir com a atualização de conhecimento. Tivemos contato com profissionais reconhecidos internacionalmente, pudemos acompanhar a forma como eles operam, para desenvolver com cada vez mais qualidade as cirurgias aqui também. Tivemos muitos ganhos com essa capacitação, principalmente na parte do diagnóstico pelo ultrassom com preparo intestinal, por exemplo, que não era feito e agora já temos pessoas treinadas”, exemplificou.

A chefe da Unidade de Saúde da Mulher do HU-UFMA, Danielle Orlandi, ressaltou que esse intercâmbio foi fundamental para identificar alguns pontos de melhoria no serviço. “Aqui no Maranhão, somos o único hospital que trata a endometriose profunda pelo SUS. Essa é uma oportunidade que vai ajudar no tratamento das mulheres que apresentam muitas queixas, pois é uma doença que gera uma dor crônica. São pacientes que realmente precisam do tratamento, principalmente a endometriose com acometimento intestinal, que é a que traz mais risco à vida, por risco de obstrução”, explicou.

Participaram também dessa turma, outros hospitais vinculados à Ebserh, são eles: Hospital Universitário Getúlio Vargas, da Universidade Federal do Amazonas (HUGV-Ufam); Hospital Universitário Júlio Müller, da Universidade Federal de Mato Grosso (HUJM-UFMT); e Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC), do Complexo Hospitalar da UFC.  Além deles, o Hospital da Mulher Maria Luzia Costa dos Santos, na Bahia.

Sobre a Ebserh

O HU-UFMA faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Por: HU-UFMA

Fotos: Merval Filho

Revisão: Jáder Cavalcante

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