Exposição “Futurísticas” destaca protagonismo feminino na tecnologia

Lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive, na tecnologia. Esse foi um dos temas abordados durante a exposição “Futurísticas” do projeto de pesquisa “Prototipando Futuros: promoção ao acesso de meninas em carreiras stem por meio do design participativo” do Núcleo de Pesquisas em Inovação, Design e Antropologia (Nida), no Colégio Universitário (Colun) do Câmpus São Luís. A iniciativa, que ocorreu entre os dias 19 e 20 de abril deste ano, teve por finalidade informar e sensibilizar meninas do ensino médio sobre possibilidades e oportunidades nas áreas tecnológicas.

Lacuna de gênero foi um dos assuntos em destaque na exposição, que apresentou os desafios de acessibilidade e as oportunidades para mulheres na área tecnológica em todo o mundo. Também foram expostas 35 personalidades femininas de peso nas áreas tecnológicas, desde a Grécia Antiga até as mulheres brasileiras do campo científico. A partir disso, foram compartilhadas frases de incentivo obtidas por meio de entrevistas qualitativas com alunas do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET).

Para a coordenadora do Nida, Raquel Gomes Noronha, o ponto culminante foi o momento em que as estudantes do Colun buscavam informações sobre as figuras femininas das áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. “Ao final da exposição, as meninas foram convidadas para a próxima etapa, na qual iremos prototipar instrumentos para incentivar o acesso delas nas áreas tecnológicas”, explicou. Além disso, a cápsula do tempo estimulou a alegria do público e, com isso, mandaram uma mensagem para o “eu” do futuro.

Promoção feminina em carreiras stem

A sigla stem refere-se às áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Marcadas pela lacuna de gênero, provém de estigmas historicamente enraizados que ditavam onde as mulheres deveriam atuar, e isso afeta meninas nas suas escolhas de carreira até hoje.

O projeto de pesquisa “Prototipando Futuros: promoção ao acesso de meninas em carreiras stem por meio do design participativo” visa justamente informar sobre oportunidades de acesso e permanência para meninas nas áreas tecnológicas com o design participativo, promovendo engajamento baseado no compartilhamento de experiências reais. 

A atuação de mulheres no design participativo, como explicou Raquel Noronha, é a de intervenção em um problema social que pode ser mitigado por meio da comunicação. Ela também destacou que, nas entrevistas qualitativas realizadas na primeira etapa da pesquisa, com estudantes de graduação nas áreas stem, foram identificadas questões como falta de referências femininas que inspirassem outras meninas, diferenças no tratamento dado às mulheres por colegas e professores. 

Ela acredita que entrar em áreas difíceis para mulheres permanecerem é um desafio ainda maior. “Precisamos falar disso, inclusive, penso que é um importante ponto de partida para aquisições sociais mais amplas, daí o mérito do protagonismo feminino nas áreas stem. Educação, trabalho e renda à autonomia: esse é o fim deste processo de design participativo”, ressaltou a coordenadora do Nida. 

Por: Lucas Araújo

Produção: Bruna Castro

Revisão: Jáder Cavalcante