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ENTREVISTA: Mestrando em Educação Física, capitão do time de voleibol da UFMA, conta sua história no esporte e as expectativas para os JUBs 2022

publicado: 17/09/2022 08h00, última modificação: 18/09/2022 13h33
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O time de voleibol masculino da UFMA saiu vitorioso nos Jogos Universitários Maranhenses 2022 (JUMs) e agora, juntamente com outras equipes da UFMA, se prepara para os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), que ocorrerão de 18 a 25 de setembro, em Brasília. A equipe já coleciona onze títulos na etapa estadual, e o capitão da equipe, Eduardo Felipe Mendes Anchieta, já participou de cinco dessas conquistas.

O discente, que entrou para a equipe na graduação e continua participando das competições, agora como mestrando no Programa de Pós-Graduação em Educação Física, na área de Biodinâmica do Movimento Humano, concedeu uma entrevista para a Diretoria de Comunicação da Superintendência de Comunicação e Eventos (DCom-SCE) da UFMA. 

Anchieta falou um pouco sobre sua história com o esporte, sua escolha pelo vôlei, o ingresso no time da UFMA, os treinos e suas expectativas para os JUBs.   

DCom: A prática de esportes sempre fez parte da sua vida? O que fez você escolher o vôlei?

Eduardo Anchieta: Eu jogo vôlei desde a categoria infantil. O que me fez escolher o esporte foi porque, na época que eu comecei a jogar na escola, as seleções nacionais tinham ganhado uma força muito grande. Ocorreu a criação do centro de treinamento em Saquarema, as seleções do país tinham um nível técnico muito alto. As duas seleções, feminina e masculina, sempre estavam nas finais dos campeonatos mundiais com maiores níveis técnicos, a superliga brasileira era uma das superligas mais fortes do mundo, e a mídia começou a falar do esporte, a transmitir os jogos. Teve o Pan no Rio, vários eventos esportivos que transmitiam isso para a gente, e isso refletiu muito nas políticas esportivas dentro das escolas. Esse foi um dos motivos que me fez largar o handebol, na época, e ingressar no vôlei. Eu sempre gostei, mas a influência da mídia teve um peso bem grande nessa tomada de decisão.

DCom: Como ocorreu seu ingresso no time de vôlei da UFMA? Existiu algum processo seletivo?

E.A: Na época que eu ingressei no curso de Educação Física na UFMA, já havia um time formado que tinha uma parceria com o Colégio Batista Daniel De La Touche. Nós treinávamos no Batista em horários específicos, porque, como a UFMA possui todos os turnos de curso, tinha gente que estudava de manhã, outros no período integral ou noturno e ficava muito difícil conciliar. Nosso técnico, na época, era o mesmo técnico do Batista, eu entrei no time por convite dele, que já me conhecia da época da escola.

DCom: Você é formado em Educação Física pela UFMA e agora está fazendo o mestrado na área. O que o motivou a continuar participando da equipe também na pós-graduação? 

E.A: Foi acreditar nessa nova fase do esporte universitário na instituição. Para a gente, que viveu outras fases de gestão, os últimos anos foram complicados. A gente representava a instituição por amor à camisa e por amor ao esporte. Mas, este ano, recebi o convite para retornar à equipe, e me fizeram acreditar que poderia dar certo. É uma nova gestão que está iniciando um novo trabalho e tem o esporte como prioridade. Todo esse contexto me fez acreditar novamente no esporte universitário, e foi isso que fez a mim e a alguns colegas, que passamos por essa fase de transição, retornar à equipe que representa a instituição.

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DCom: Como a equipe faz para conciliar os horários dos treinos, visto que os integrantes são de cursos diferentes?

E.A: Acredito que essa questão é muito complicada para todos os esportes. Como existem vários turnos de cursos, nós nunca conseguimos juntar todo mundo para treinar. Muitas vezes, precisamos faltar a algum compromisso para irmos ao treino todos juntos e nos reunimos nos fins de semana fora da instituição, pois, para muitos, o acesso à UFMA é difícil. Treinamos durante a semana, quando possível, e, nos fins de semana, nos reunimos em quadras públicas ou particulares para treinar.     

DCom: Como ocorre a construção dos treinos? Há uma preparação específica para cada jogo?

E.A: Isso é mais com a comissão técnica, mas, sendo da área e participando dessa construção também este ano, geralmente o planejamento é anual, semestral e durante cada bimestre. O planejamento anual já é mapeado com todas as possíveis competições que a equipe disputará, e os treinos vão ocorrendo de acordo com a chegada de cada competição. Por exemplo, a gente tinha um cronograma específico para o JUMs. Fizemos todo um cronograma para jogar e agora estamos com outro cronograma de preparação para o nacional, os JUBs. Há toda uma preparação para determinada competição, mas, no decorrer dela, dependendo do estilo de jogo de cada equipe, há uma preparação diferente e às vezes até a montagem do time titular é diferente.

DCom: A equipe possui diversas conquistas e são destaques nas competições que participam. Qual você diria ser o principal motivo para as vitórias?

E.A: A equipe da UFMA de vôlei masculino, por muito tempo, dependeu muito de destaques individuais. Tínhamos atletas muito bons que se reuniam e formavam uma equipe muito forte. Os jogadores eram referência no estado e na cidade, então o time sempre dependeu desses destaques. Mas, de uns três a quatro anos para cá, essas pessoas saíram da equipe, então foi necessário começar um trabalho coletivo. Hoje já não se depende mais de talentos individuais para ganhar. Eu, que passei por todas essas fases, vejo a equipe mais como um conjunto. Todo um trabalho é desenvolvido, e há união. A maioria dos atletas que hoje compõem a equipe foram espectadores da gente lá atrás. São os meninos que eram do escolar, olhavam a gente jogar o universitário e hoje estão compondo essa equipe. A vontade deles é de manter essa tradição de vitórias. Acho que a palavra que resume tudo é vontade. Vontade de querer estar no topo sempre.     

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DCom: Uma equipe precisa de entrosamento para funcionar bem. Como você definiria a relação da equipe e como isso influencia na dinâmica dos jogos?

E.A: Este ano, temos uma equipe bem mesclada. Como falei, alguns meninos eram espectadores de uma outra época da UFMA, outros já jogavam juntos, e a gente se conhece muito bem. Conhece o jogo de cada um, então fica muito mais fácil o entrosamento com a equipe quando se tem essa proximidade, essa amizade dentro da equipe e o fato de a gente não deixar problemas internos ou externos dentro da equipe. O Rafael Coelho, o atual técnico, sempre tenta resolver qualquer tipo de problema que possa interferir dentro da equipe. Nós não temos inimizade dentro da equipe, é um grupo muito unido, e isso melhora o trabalho no que diz respeito ao entrosamento, o fato de a gente se conhecer e ter uma amizade um com o outro é crucial para esse entrosamento.  

DCom: A UFMA tem adotado políticas de incentivo ao esporte, por meio da Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Proaes). Quais benefícios você já percebeu, no que se refere ao apoio nos treinos e competições, diante dessas ações?

E.A: Hoje eu sinto a Universidade mais próxima da gente, mas acredito que ainda tem muito a melhorar. Nós, como atletas, nos questionamos muitas vezes por que a gente ainda representava a universidade, pois não tínhamos apoio. Eu acreditei no projeto dessa nova gestão, e espero que realmente a Universidade esteja preocupada com a saúde e o bem-estar de quem dedica parte do seu tempo para representá-la. 

Antes, as seletivas consistiam em uma pessoa que já acompanhava a equipe, olhar alguém que jogava poderia contribuir e fazer o convite para ingresso no time, não existia um seletivo. Este ano, todos os esportes fizeram a peneira, e isso deu a oportunidade para que mais pessoas se aproximassem das seleções que representam as instituições. Isso é uma melhora.

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DCom: Quais suas expectativas para os Jogos Universitários Brasileiros?

E.A: As minhas expectativas são as melhores sempre. Nós tivemos uma evolução do estadual para o nacional. Este ano, a competição está com um nível altíssimo. Nós jogaremos na terceira divisão, que conta com grandes nomes do país. São Paulo, Minas Gerais e Pará também irão jogar na terceira divisão. Essas são grandes escolas, porque hoje o voleibol gira em torno desses estados. São escolas antigas e com uma evolução muito grande. O Pará está evoluindo a cada ano, e São Paulo e Minas são berços da modalidade. Então, vai ser uma divisão muito forte, uma competição muito boa, com o nível muito alto, mas nós treinamos para isso e o nosso objetivo é brigar por uma colocação e subir o estado de divisão.

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Por: Bruna Castro  

Revisão: Jáder Cavalcante

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