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Engenharia de Transportes: saiba mais sobre o novo curso da UFMA

publicado: 12/09/2023 15h03, última modificação: 11/12/2023 12h43
Engenharia de Transportes: saiba mais sobre o novo curso da UFMA

O Curso de Engenharia de Transporte é fruto da parceria entre diversas empresas, como a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) e órgãos como o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a UFMA, com objetivo de formar recursos humanos para atender à área de transportes no Maranhão. O curso é uma das, agora seis, engenharias oferecidas pela Universidade, no segundo ciclo do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia (BICT), no Câmpus São Luís.

A ideia da criação do curso, os impactos gerados, tanto no âmbito regional e nacional, além do que faz o engenheiro de transporte, suas áreas de atuação foram questões abordadas na entrevista exclusiva cedida pela professora Alana Gandra Lima de Moura, do corpo docente do curso, à Diretoria de Comunicação (DCom) da UFMA. Confira!

Dcom: Como surgiu a iniciativa de implantação do curso?

Alana de Moura: Hoje, todos os cursos de engenharia de transporte se situam na região sudeste, e há um interesse no desenvolvimento da margem equatorial brasileira, que é uma área com um importante potencial petrolífero e para o desenvolvimento regional e nacional. O Maranhão está centralizado nessa área, mas, para explorá-la, precisamos de infraestrutura para atrair as empresas, por isso se faz necessário formar recursos humanos qualificados para isso.

Dcom: Quais são os objetivos do curso?

Alana de Moura: Como explicado no nosso projeto pedagógico, o curso tem o objetivo de formar profissionais habilitados para atuar nos segmentos do mercado de transportes, seja portuário, ferroviário, aquaviário ou rodoviário. A ideia é ser multimodal e intermodal, com disciplinas voltadas a cada uma dessas modalidades e posteriormente a junção dessas.

Dcom: A importância do curso para o Maranhão e como ele impacta nos âmbitos nacional e regional?

Alana de Moura: Perpassando os impactos na própria cidade, a atuação se estende por toda a área de escoamento do Porto Itaqui, no que chamamos de hinterlândia, que compreende todo o Maranhão e Tocantins, além de áreas do Piauí, Bahia, Pará, Mato Grosso e Goiás, por vias ferroviárias e rodoviárias, que são nossa área de atuação. Além disso, impacta também na criação de malha férrea aqui nas regiões Norte e Nordeste, uma vez que essa se concentra quase que totalmente na Região Sudeste.

Dcom: O curso será vinculado ao segundo ciclo do Bacharelado Interdisciplinar de em Ciência e Tecnologia (BICT)? Qual a sua duração?

Alana de Moura: O curso abrange o último ano do bacharelado, no que chamamos de núcleo tecnológico, no qual os alunos concluem as disciplinas gerais e fazem a escolha das especificas, tendo contato com várias engenharias. Nesse período, disponibilizamos algumas disciplinas a esses alunos como Fundamentos da Engenharia de Transporte, Gestão de Projetos em Engenharia de Transportes, Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento, para apresentar aos alunos um pouco da base do curso. Após esse período, no segundo ciclo, eles podem ingressar na Engenharia de Transportes, somando, ao final, dez períodos.

Dcom: Onde serão as instalações do novo curso?

Alana de Moura:  A parte presencial do curso está no prédio de BICT, mas nosso curso será realizado de modo presencial com componente ministrado de maneira virtual, com cerca de 40% do curso sendo ministrado por ensino a distância, mas bem diferente do ensino remoto trazido pela pandemia. Os professores passarão por capacitação, e todo o plano de estudo passará por uma análise de eficiência para torná-lo viável aos nossos discentes, de forma a economizar tempo que pode ser aplicado em várias outras coisas da formação.

Dcom: O curso foi criado como resultado de uma parceria entre empresas maranhenses, órgãos governamentais e UFMA, quais vantagens disso para os discentes? 

Alana de Moura: O curso foi idealizado por meio de parcerias, não só com a Emap, mas como o MCTI, a GARP e diversas outras empresas. Mas, pelo menos na Emap, é certo que, pela demanda de profissionais na área, os discentes da primeira turma já possuem vagas de estágio garantidas pela empresa. Com as outras, é possível a disponibilização, mas ainda não são garantias.

Dcom: O que você aprende no curso de engenharia de transportes? 

Alana de Moura: A engenharia de transportes lida diretamente com planejamentos, projetos, construções, operações e manutenção de sistemas de transporte, como estradas, rodovias, ferrovias, aeroportos, portos, metrôs e sistemas de transporte público em geral. Então, preparamos nossos discentes para saber lidar com planejamento de transportes, além de projeto de infraestrutura, gerenciamento de tráfego modal e multimodal, análise de impacto ambiental e como lidar com o ambiente, além de leis e normas.

Dcom: Em que áreas o profissional formado poderá atuar? Quais são oportunidades de trabalho?

Alana de Moura: Como todo curso de engenharia, as áreas de atuações são muito diversas. O engenheiro de transportes pode trabalhar em indústrias e empresas no planejamento, gestão e execução de projetos do setor de transportes, na infraestrutura portuária, aquaviária, ferroviária ou rodoviária, ajudando no gerenciamento dos sistemas de coordenação da logística e operacionalização do setor de transporte. Também em serviços de instalações referentes à infraestrutura dos modais, em organizações regulamentadoras, que são voltadas para a inspeção do setor de transportes, fiscalização, certificação, inspeção de conformidade e inspeção de navegabilidade, avaliação de impactos ambientais e segurança do trabalho. Além de, naturalmente, em órgãos públicos, no planejamento, estudos, coordenação e gerenciamento desses e em instituições de ensino, além de diversas outras.

Dcom: O curso pode se relacionar a outras engenharias em um contexto mais interdisciplinar? Como?

Alana de Moura: O curso se liga muito ao emprego das tecnologias da informação, que se apresenta como uma das diferentes maneiras de favorecer o processo de ensinar e aprender, além de também ser bastante necessário na própria prática do engenheiro, uma vez que tudo é virtual hoje em dia. Além disso, o curso lida com a inclusão de disciplinas importantes da economia, meio-ambiente e direito, que vão proporcionar aos discentes uma visão estratégica do setor, para priorizar o desenvolvimento planejado e sustentável. Os discentes, também por demandas da atuação, são incentivados para a participação de diversos programas da Universidade, bem como eventos científicos e de extensão, como cursos de inglês, programação e empreendedorismo.

Dcom: Quais são os principais desafios enfrentados pelos engenheiros de transportes atualmente?

Alana de Moura: Pela demanda de profissionais na área, o grande entrave para os alunos é somente a formação no curso. É uma área que carece de profissionais habilitados, carência essa que ainda vai perdurar por algum tempo.

Acompanhe mais informações sobre o Curso de Engenharia de Transportes aqui.

Por: Juan Terra

Produção: Alan Veras e Ingrid Trindade 

Revisão: Jáder Cavalcante

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