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Dia Mundial do Rádio é celebrado hoje, 13 de fevereiro, com tema “Novo Mundo, Novo Rádio – Evolução, Inovação, Conexão”
Em 2011, numa Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), ficou instituído que o dia 13 de fevereiro é o Dia Mundial do Rádio, uma alusão à data de criação da Rádio das Nações Unidas, em 13 de fevereiro de 1946. Segundo a Unesco, esse dia foi criado para conscientizar o público da importância do rádio e incentivar os tomadores de decisão a utilizá-lo para fornecer a informação e melhorar a cooperação internacional entre as emissoras.
Para muitas pessoas, o rádio é um meio de comunicação de massa ultrapassado. Isso ocorre devido às novas tecnologias que temos disponíveis hoje. No entanto, assim como o homo sapiens sapiens, subespécie na qual se encontram os seres humanos em geral, tem sobrevivido à evolução natural muito graças ao seu poder de adaptabilidade, o rádio também segue esse mesmo exemplo.
“O rádio é marcado por mudanças tecnológicas e de conteúdo. As transformações mais recentes são a migração das AMs para FMs e o rádio expandido, dotado de múltiplas ferramentas que possibilitam ao público, por exemplo, assistir a um programa ao vivo. Tudo isso pode ser encarado como um processo normal de evolução”, comentou o jornalista e professor do Departamento de Comunicação da UFMA Ed Wilson Araújo.
O professor destacou ainda a importância das rádios comunitárias neste processo evolutivo: “Observo também o fenômeno da segmentação de conteúdo e de público nas emissoras na web, além da força das rádios comunitárias que cumprem um papel importante na comunicação local nos municípios brasileiros. Essas são algumas tendências que fazem do rádio um meio de comunicação capaz de adaptações e ressignificações”.
O tema escolhido pela Unesco para comemorar a data este ano é “Novo Mundo, Novo Rádio – Evolução, Inovação, Conexão”. A diretora-geral da Instituição, Audrey Azoulay, declarou, em comunicado, que o rádio continua sendo uma ferramenta inestimável para a transmissão de informações, tendo sido fundamental neste período de pandemia e lockdown: “Confinado, o rádio se abre para o mundo, para a informação sobre saúde, para a educação, para as artes, para a diversidade cultural”.
Em 2011, a Unesco se pronunciou, em texto sobre o Dia Mundial do Rádio, que este veículo de comunicação tem capacidade única para alcance de público, podendo assim moldar a experiência de diversidade de uma sociedade, posicionando-se como uma arena para todas as vozes se manifestarem, serem representadas e ouvidas. Dez anos se passaram, e tudo isso continua atual. Como disse o professor Ed Wilson Araújo, o rádio segue vivo e aperfeiçoando suas potencialidades a cada era.
Saiba mais
Em 1894, o padre brasileiro Roberto Landell de Moura realizou a primeira experiência no que diz respeito à radiodifusão, uma transmissão de voz humana, na cidade de São Paulo, por uma distância de 8 km em linha reta. No entanto, o padre acabou sendo acusado de bruxaria.
Landell, então foi para os Estados Unidos e por lá mostrou sua invenção. Os norte-americanos lhe ofereceram dinheiro, mas o padre acabou retornando ao Brasil. Ele queria que o governo local o financiasse, mas acabou não dando certo. Em 1904, conseguiu finalmente patentear seu aparelho, no entanto o italiano Guglielmo Marconi já havia feito isso, em 1896, o que o leva a ser apontado como o inventor do rádio.
Guglielmo, assim como o alemão Heinrich Hertz, o austríaco Nikola Tesla e o próprio Landell de Moura, estavam fazendo muitas pesquisas e experimentos nessa área. O italiano conseguiu transmitir sinais telegráficos — enquanto que o brasileiro transmitiu voz —, patenteou o feito em 1896 e logo abriu uma empresa para a utilização comercial do rádio.
Já o padre Landell de Moura, além de não ter conseguido ser financiado pelo governo, não ter ganhado dinheiro, ser adjetivado como “bruxo” e “louco”, acabou sendo deixado de lado, por conta da demora na patente, não tendo assim, pelo menos, o devido reconhecimento histórico.
Por: Kaio Lima
Produção: Marcos Paulo Albuquerque
Revisão: Jáder Cavalcante