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Ciclo de leituras teatrais trará, na terça, 11, a leitura da peça “A Vagabunda - Revista de uma mulher só”, que será realizada por professora, egressa e mestranda da UFMA

publicado: 10/05/2021 12h53, última modificação: 10/05/2021 20h26
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Nessa terça, 11, a partir das 20h30, pelo canal no Youtube Midrash Centro Cultural, as autoras Gisele Vasconcelos, Nicolle Machado e Nádia Ethel participarão do projeto de ciclo de leituras teatrais “Dramaturgas Brasileiras”, com a leitura da peça “A Vagabunda - Revista de uma mulher só”. A peça, que é fruto do projeto de pesquisa e produção teatral, iniciado em setembro de 2019, traz como referência fragmentos da vida de vedetes que fizeram a história do teatro de revista no Brasil, e de outras artistas do final do século XIX e início do século XX. 

A professora de Teatro da UFMA Gisele Vasconcelos mencionou que o desafio inicial da escrita foi transformar um gênero predominantemente composto por personagens masculinas em referências para as mulheres. “Se o Malandro é figura que não pode faltar em uma revista, trazemos a Malandra, tendo como referência a Maria Navalha. Se existe a figura mítica dos deuses, trazemos a Santa, baseada na história de Santa Bárbara. Se o estrangeirismo era algo sempre presente nas revistas, chamamos a Cigana para fazer a magia em espanhol, e assim vamos tecendo as nossas transformações guiadas por uma prática feminista, pensando em como a arte poderia responder às questões de gênero e de violência”, explanou.

Já a dramaturga e egressa em Teatro pela UFMA Nicolle Machado relatou que a maior dificuldade, como artistas no presente, é a incerteza do amanhã. “Todas essas alternativas virtuais e vínculos on-line nas artes cênicas são estratégias de sobrevivência diante das outras opções que parecem dizer ‘parem, não existam, não produzam, recolham-se’. Essa violência é uma ameaça para o projeto, mas, na contrapartida, faz a gente se mover, pensar e criar outras maneiras possíveis e seguras para a saúde e a segurança de todos os envolvidos no trabalho. Esse é o motivo de ‘A Vagabunda’ ter tido tantos desdobramentos”, declarou.

Por fim, Nádia Ethel, produtora argentina e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (PPGAC) da UFMA, detalhou sobre o porquê de a leitura da peça ser em três vozes. “Vamos respeitar o que acontece na peça, que é um monólogo da personagem Gigi com várias personagens que se revezam na atuação de uma mulher só. Trabalhamos juntas na dramaturgia, em um trabalho conjugado, onde a criação foi de Nicolle e de Gisele, mas entrei nesse processo tentando reduzir e organizar para chegarmos na dramaturgia que temos hoje. Como a escrita não foi solitária, achamos que a leitura da peça também não deveria ser”, especificou. 

Saiba mais

O projeto é uma realização do grupo “Xama Teatro”, que atua há mais de dez anos no Maranhão, sob a coordenação de mulheres atrizes que vão construindo seus espetáculos. O grupo é um exemplo de resistência de teatro no Nordeste, com tradição de espetáculos de repertório e com montagens duradouras.

O grupo foi contemplado nas principais premiações locais e nacionais de fomento às artes cênicas e obteve aprovação em projetos de circulação e em leis de incentivo estadual e federal, os quais propiciaram a montagem e circulação de espetáculos por importantes rotas de acesso à cultura teatral por todos os estados brasileiros.

Acesse o canal do Midrash Centro Cultural

Por: Talita Farias

Produção: Marcos Paulo Albuquerque

Revisão: Jáder Cavalcante 

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