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Biotério Central realiza capacitação com o Grupo de Pesquisa em Farmacologia, Imunologia e Toxicologia de Produtos Naturais

publicado: 31/08/2022 12h57, última modificação: 01/09/2022 06h25
O grupo promove estudos no combate à leishmaniose, e o objetivo do treinamento é promover as principais orientações para a realização da experimentação animal

Na segunda-feira, 29, a equipe do Biotério Central da UFMA recebeu a professora Lucilene Amorim, do Departamento de Patologia, e a sua equipe do Grupo de Pesquisa em Farmacologia, Imunologia e Toxicologia de Produtos Naturais, com o objetivo de realizar um treinamento teórico e prático, em que os alunos receberam as principais orientações para realização da experimentação animal.

A professora Lucilene é coordenadora do Laboratório de Patologia e Imunoparasitologia (LPI) e faz parte do Laboratório de Imunofisiologia, ambos do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS). O Grupo de Pesquisa em Farmacologia, Imunologia e Toxicologia de Produtos Naturais, ou apenas Grupo de Produtos Naturais, como é mais conhecido, realiza estudos com produtos de origem vegetal para o tratamento de doenças endêmicas no Maranhão.

Curso no Biotério para pesquisadores do departamento de Patologia - 29-08-22

Hoje, o Grupo de Produtos Naturais, veiculado ao LPI, se dedica a encontrar uma terapia convencional ou complementar no combate da leishmaniose no Maranhão, por meio de testes realizados em extratos vegetais como o mastruz e a passiflora. Para comprovar a eficácia dessas espécies, os pesquisadores precisam realizar testes em animais, por isso a equipe do Biotério Central realizou a capacitação.

Atualmente, fazem parte do grupo de pesquisa alunos da graduação e pós-graduação, como o curso de Farmácia, o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) e o Programa de Pós-Graduação em Saúde e Tecnologia (PPGST), que faz parte do Centro de Ciências de Imperatriz. Oito alunos, divididos entre as três áreas, realizaram a visita.

Durante o treinamento teórico, os alunos aprenderam diversas práticas, como, por exemplo, o uso da ração, da maravalha, dos bebedouros, além de como fazer o manejo correto dos animais durante a troca de gaiola e a coleta de sangue. Em seguida, foram paramentados para conhecerem a área limpa de biosseguranca, os corredores, sala de autoclaves, de preparo e armazenamento de insumos, sala de eutanásia e salas de criação, onde os animais são produzidos e mantidos até serem entregues para os pesquisadores.

De acordo com Lucilene, após a capacitação, os discentes terão acesso ao biotério setorial, onde serão auxiliados pelo responsável técnico do espaço e também por uma equipe do Biotério Central, que acompanhará a parte experimental durante os meses de setembro, outubro e novembro. A docente pontuou que todo o apoio dado pela equipe do Biotério Central traz mais credibilidade à sua pesquisa, que tem previsão de duração até 2024.

“O treinamento vai preparar essa equipe para realizar este trabalho da melhor forma, competente e segura, dentro do que se conhece por experimentação animal e por segurança na hora de trabalhar com os animais, sobretudo, o aspecto ético”, afirmou a coordenadora do LPI.

A responsável técnica que conduziu a visita do Grupo de Produtos Naturais foi a médica veterinária Hildecy Luz. Para ela, o treinamento trará bons resultados. “É gratificante saber quando um experimento deu certo e saber onde ele começou. Sinto que eu faço parte, indiretamente, do resultado dessa pesquisa”, pontuou.

Um dos presentes na visita foi o aluno do PPGCS Douglas Silva. A pesquisa dele busca a criação de uma pomada feita com base nas folhas do maracujá para o tratamento de lesões causadas pela Leishmania amazonensis. Para ele, a união entre o Grupo de Pesquisas Naturais e o Biotério Central trará benefícios. “Essa integração entre pesquisador e responsável técnico tende a melhorar a qualidade dos nossos ensaios, assim como o manejo dos animais. Eu vejo como uma soma, e esse trabalho em equipe vai gerar bons resultados, que vão colocar a nossa Universidade como um parâmetro científico em nível nacional e internacional”, declarou.

Conheça o trabalho do Biotério Central

Seguindo os parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), órgão que regulamenta as regras de utilização de animais em laboratório no país, o Biotério Central da UFMA vem realizando capacitações desde o mês de julho com todos os grupos de pesquisa a que atende.

De acordo com o diretor do Biotério Central, Rafael Cardoso, para além das capacitações, o objetivo também é a troca de experiências. Ele afirma que todas as etapas da pesquisa são organizadas junto com o coordenador do grupo de pesquisa. O processo começa quando o professor manda a solicitação de experimentação animal para o Biotério Central, que estuda como pode atender à demanda. Em seguida, o pesquisador é chamado para planejar as ações. “Tudo é planejado com o pesquisador, desde a produção, quantos animais vão ser acasalados, os nascimentos, quando vão ser entregues, os espaços utilizados”, explicou.

O Biotério Central atende hoje, em toda a Universidade, cerca de 52 pesquisadores e duzentos alunos, entre graduação e pós-graduação, que trabalham com experimentação animal. De acordo com o diretor do espaço, são mais de dez programas de pós-graduações atendidos, e, no momento, há sete projetos em execução que abordam diferentes temáticas, como leishmaniose, infarto, insuficiência renal, tratamento de endometriose, doenças periondontais e diabetes.

Além do Biotério Central, a UFMA dispõe de outros cinco biotérios setoriais. Na Cidade Universitária, estão localizados o de Genética (que trabalha com camundongos), Farmacologia (com camundongos e ratos), Pós-Graduação (também com camundongos e ratos) e o Biotério de Experimentação de Ruminantes (com bovinos, ovinos, caprinos e lagomorfos, popularmente conhecidos como coelhos). Já no Centro de Centro de Ciências de Chapadinha, há o Biotério Setorial de Organismos Aquáticos (com peixes).

Vale ressaltar que só estão autorizados realizar a experimentação animal, dentro do âmbito da Universidade, os pesquisadores e grupos que passarem por esse treinamento.

Por: João Meireles

Fotos: João Meireles e Luciano Santos

Produção: Sansão Hortegal

Revisão: Jáder Cavalcante

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