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Atividades na UFMA Imperatriz marcam comemorações do Dia Internacional da Enfermagem

publicado: 16/05/2023 12h47, última modificação: 16/05/2023 20h43
Atividades na UFMA Imperatriz marcam comemorações do Dia Internacional da Enfermagem

Ocorreram, na sexta-feira, 12, no Centro de Ciências de Imperatriz (CCIm) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), as atividades da 84ª Semana Brasileira de Enfermagem e a 53ª Jornada Maranhense da Enfermagem, que fazem alusão ao Dia Internacional da Enfermagem. O evento híbrido, sediado pela segunda vez em Imperatriz, foi realizado, simultaneamente, em oito cidades brasileiras e transmitido pelos canais do Youtube das instituições parceiras e da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn). 

Com o tema “Cuidando de quem cuida”, a programação foi dividida em serviços voltados aos profissionais da enfermagem pela parte da manhã, conferências durante a tarde e homenagens aos profissionais na parte da noite. Um destaque no evento foi a constante preocupação com a necessidade de reconhecimento dos profissionais da área. 

Inclusive na conferência de abertura, ministrada pela professora Silvia Viana, Presidente da ABEn Seção Maranhão, foi abordada a temática da valorização do trabalho em enfermagem. “Fica explícito quanto a enfermagem, uma profissão que cuida do outro, em certa medida, não cuida de si, e um dos objetivos de quem idealizou as atividades foi falar para esse profissional que hoje ele seria cuidado como forma de retribuição. E, por ser a arte do cuidar, a enfermagem está sempre em luta pela qualidade de vida das pessoas” destacou Silvia Viana em sua fala. 

Durante as conferências do evento, também foi colocado em pauta o entendimento dos profissionais da enfermagem sobre os “micropoderes” inseridos nas funções que são desempenhadas, na perspectiva da valorização da área. A partir daí, foi discutido como é enxergada a relação com as políticas públicas, de que forma são vistos pelo poder público, especialmente com base no contexto de aprovação do piso salarial da enfermagem e, assim, a valorização dos profissionais em diversos contextos.

As discussões também levantaram o questionamento sobre as maneiras pelas quais a enfermagem pode inserir a sustentabilidade do planeta como uma categoria de trabalho em seus processos e atividades, baseado em um olhar sustentável. Segundo a professora Silvia Viana, esse debate é importante, pois funciona como alerta aos profissionais da área que precisam se conscientizar sobre o bem-viver coletivo.

Para que o evento atendesse a seus objetivos, foi necessário realizar uma articulação prévia com diversas instituições, por isso, em sua fala, a Presidente da ABEn Seção Maranhão destacou o importante papel da professora Jacinta Feitoza, docente do Curso de Enfermagem do CCIm da UFMA Imperatriz, que esteve à frente da Comissão Organizadora. 

O evento em nível nacional reuniu 400 monitores estudantes de 14 instituições de ensino técnico e superior e mais de 1.500 inscrições, todos mobilizados em torno da construção de um projeto de fortalecimento da identidade da categoria profissional, que atualmente é dividida entre enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares e parteiras, e conta com 2 milhões e 800 mil profissionais registrados no Conselho Nacional; já no COREN Maranhão, são cerca de 75 mil profissionais. 

A enfermeira fiscal Amanda Saraiva participou do evento representando o Coren-MA e destacou, em sua participação, que o conselho tem por premissa normatizar e fiscalizar o exercício da profissão, e, segundo Saraiva, a situação é de sobrecarga e desvalorização profissional. Ela relembrou ainda que, apesar de o Conselho não poder regulamentar o piso salarial, existe o compromisso de apoiar a causa para que haja garantia de remuneração justa para os profissionais. 

Para Saraiva, eventos como esse são sempre uma oportunidade importante para informar sobre as possibilidades corretas de atuação do enfermeiro, do técnico e do auxiliar. Ela afirmou ainda que é perceptível a existência de um cultura local de distorção das funções, em que, na prática, são realizadas atividades fora da competência da área, ocasionando o exercício ilegal da profissão. Com a realização desses encontros, é possível conscientizar para que isso não aconteça e manter os profissionais atualizados.

Além das regulações da prática profissional, segundo a representante do Coren-MA, a classe deve estar ciente dos seus direitos e compreender que o conselho é uma instituição parceira dos profissionais, afinal “a categoria paga ao Conselho para dar retorno, seja ao fiscalizar, orientar ou informar. Detalhes como esses promovem segurança na atuação do trabalhador da área da enfermagem” argumentou Amanda Saraiva. 

Como se pode perceber, diversas instituições se articularam para a realização da 84º Semana Brasileira de Enfermagem e da 53º Jornada Maranhense da Enfermagem, entre as quais destaca-se a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), que é uma entidade política, social, científica e cultural, que tem a integralização como parte da sua cultura organizacional. 

“No Brasil, a associação trabalha o entendimento de que existe uma luta de classes, uma luta de trabalhadores, e esses trabalhadores precisam saber como se posicionar. A ABEn defende que a enfermagem que queremos é uma enfermagem de qualidade, em que se forma para formar, além de atender pelo SUS em um contexto de democratização do acesso à saúde. Portanto a entidade concebe a questão ‘o que é a enfermagem?’, e, por essa razão, foi criada uma semana inteira para a discussão”, explicou a professora Silvia Viana, Presidente da ABEn-MA. 

A ABEn é uma entidade que luta pelos direitos dos profissionais da enfermagem e traz como um de seus pilares a descentralização das atividades, a fim de estar mais próxima dos profissionais e estudantes. Em participação, a professora  Ariadne Siqueira destaca a importância do evento para os profissionais da região. 

“A classe da enfermagem já passa por um processo de marginalização de todas as espécies, nós, do interior, mais ainda. A ABEn é uma associação nacional sem polo em Imperatriz, estamos lutando para a criação, portanto, um evento como esse realizado aqui vira os olhos para a nossa região, nossa realidade e necessidade trazendo visibilidade não só para os profissionais da cidade, como de toda Região Tocantina” destacou a professora. 

II Mostra de Hanseníase na UFMA

Na abertura da II Mostra de Hanseníase, que teve como tema: “Não se esqueça da hanseníase”, a professora Ariadne Siqueira apresentou sua tese de doutorado como segunda conferência do dia sob o tema “Diagnóstico Situacional e Operacional das Ações de Controle da Hanseníase em Município Hiperendêmico do Maranhão”. A pesquisa traz os resultados obtidos por meio de um levantamento da situação da hanseníase no município de Imperatriz atualmente, com base em uma análise parcial dos casos de 2001-2020 identificando áreas de interesse epidemiológico para intensificação das ações de combate. 

Ainda inserida na II Mostra, ocorreu a conferência “Rastreamento da Hanseníase em menores de 15 anos”, conduzida pela professora Alice Marques, coordenadora do Projeto RAST HANS, de rastreio de hanseníase. A docente apresentou os resultados parciais em uma avaliação realizada com 388 crianças, e, por se tratar de um município hiperendêmico, é necessário trabalhar diariamente para o diagnóstico precoce para que crianças não cheguem a desenvolver graus de incapacidade por causa da doença, sendo esse o principal objetivo do projeto desenvolvido no âmbito do Curso de Enfermagem do CCIm da UFMA. 

De acordo com a professora Alice Marques, é de extrema importância divulgar para os estudantes e profissionais da área a existência de testes rápidos de hanseníase. Trata-se de um teste novo que ainda não possui treinamento, e que foi disponibilizado apenas na esfera estadual, por isso é importante a divulgação em eventos e ações para mostrar que existem outros métodos de auxílio de diagnóstico em andamento. 

As mediadoras do evento, professora Roberta de Araujo, professora Marcela Feitosa e professora Jacinta Feitoza, fizeram suas considerações ao fim das conferências da tarde. Para a Profa. Roberta, a ABEn tem o cuidado de pautar discussões que vão além do aspecto científico e atravessam o cotidiano na prática abrindo questões sobre como isso impacta toda a sociedade. A professora Marcela destacou os diálogos como uma oportunidade para ampliar as visões sobre a área e trazer à tona que papéis o enfermeiro possui.

Para a professora Jacinta Feitoza, responsável pela Comissão Organizadora do evento, a sensação foi de dever cumprido. A professora reafirmou o desejo de descentralizar as atividades da ABEn e afirmou ter planos para prolongar as próximas  programações em alusão ao Dia Internacional da Enfermagem para mais de um dia.  

 

Por: Kenndy Mendes

Edição: Ricardo Alvarenga 

Revisão: Jáder Cavalcante

 

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