Assessor Institucional da UFMA, Natalino Salgado Filho recebe homenagem da Academia Maranhense de Ciências

Com uma trajetória profissional inspiradora como médico, professor e gestor, Natalino Salgado Filho, atual assessor institucional da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e ex-reitor da instituição, recebeu uma homenagem da Academia Maranhense de Ciências (AMC), entidade que ajudou a fundar, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido ao longo das décadas, que impactou a saúde e a vida de muitos brasileiros, especialmente, maranhenses.

Segundo o presidente da Academia Maranhense de Ciências, Henrique Mariano, Natalino Salgado Filho é uma figura importante para o Maranhão, no campo das ciências e por isso a homenagem. “É uma homenagem a um homem que tem uma trajetória na área de ciência, na área da Universidade, extremamente importante para o Maranhão, além de ser um cientista, ser um empresário, ser um médico dedicado. O professor Natalino Salgado é uma pessoa simples, uma pessoa que esteve à frente de três gestões na Universidade, duas gestões no Hospital Universitário. É fundador da Academia Brasileira de Medicina, participante da Academia Maranhense de Medicina, é fundador da Academia Maranhense de Ciências, então tem muita importância nessa pessoa”, pontuou Henrique Mariano.

Prestigiando a solenidade, o reitor da UFMA, Fernando Carvalho, destacou as contribuições do homenageado para o estado. “Estamos aqui para fazer uma homenagem ao nosso ex-reitor, o professor Natalino Salgado. Uma homenagem que vai ser dada pela Academia Maranhense de Ciências, pela sua contribuição, não só como o reitor da UFMA, mas também pela própria vida dele de pesquisador, participando em programas de pós-graduação, orientando alunos de mestrado e doutorado, publicando artigos científicos, então é muito propícia essa homenagem a esse grande homem que está contribuindo para a ciência, a tecnologia do Estado do Maranhão”, ressaltou o reitor.

Durante a cerimônia, Natalino Salgado ouviu de amigos e confrades das academias de que faz parte múltiplas percepções destacando sua dedicação à saúde das pessoas, os pioneirismos na medicina, principalmente, na nefrologia, e o compromisso com a gestão do Hospital Universitário (HUUFMA) e da UFMA, esta por três vezes.

Com a missão de apresentar a biografia do homenageado e amigo de longa data, Célio Gitahy Vaz Sardinha compartilhou a satisfação de participar da homenagem, especialmente, por ela ser feita com o amigo em vida. “É uma satisfação e felicidade porque se trata de um maranhense de grande valor que está sendo reconhecido em vida. Numa cerimônia como a de hoje, é possível falar por alto, mas é impossível descrever com detalhes toda essa odisseia de trabalho que começou quando ele estava justamente fazendo vestibular para medicina. Então, em matéria de mérito, ele trabalha com o coração, além de trabalhar com o cérebro, ele usa o sentimento para destacar os órgãos que ele dirige e as pessoas que estão com ele”, avaliou Célio Gitahy.

Para além das pessoas que acompanharam Natalino Salgado durante sua jornada, a nova geração da AMC também pôde prestigiar o evento. Lucas Magalhães, recém-empossado na Academia Maranhense de Ciências como Membro Juvenil, declarou como Natalino o inspirou:

“Fico muito feliz de tão jovem poder estar tão próximo de pessoas que eu admiro tanto. E uma dessas pessoas foi o professor Natalino Salgado. Inclusive pela grande contribuição que ele teve no movimento de empresas juniores, que foi de onde eu vim, foi de onde eu cheguei aqui à Academia [Maranhense de Ciências]. Então, hoje as empresas juniores da UFMA, que são criadas por jovens, terem um faturamento de anual em torno de R$ 200.000, foi graças ao grande apoio que a UFMA deu nesses últimos anos pra gente. E é uma grande inspiração pra mim”.

Para marcar a homenagem, a Academia Maranhense de Ciências, por meio do seu presidente, Henrique Mariano, entregou uma placa ao homenageado, Natalino Salgado Filho.

Em um discurso emocionado, Natalino agradeceu aos companheiros e companheiras da AMC o reconhecimento, comentou sua trajetória e descreveu como tem aproveitado o tempo longe da gestão.

“Esse reconhecimento é da generosidade dos companheiros e um reconhecimento do meu currículo ao longo da minha trajetória, principalmente, na universidade, quer como aluno, quer como professor, quer como diretor de hospital, quer como chefe da Unidade Acadêmica, quer como maior cargo da universidade com três mandatos, quanto reitor. Não tem dúvida que eu consegui, ao longo do tempo, estar cercado, ombreado por bons profissionais, técnicos, servidores, docentes, alunos, e juntos nós construímos uma Universidade e melhoramos todos os indicadores, é uma contribuição para a ciência, para a educação, para a área da saúde, para o estado e para o país. Hoje, um pouco longe da Universidade, eu continuo desenvolvendo os projetos de pesquisa, orientando os meus alunos de mestrado e doutorado, continuo muito ativo, orientando na gestão basicamente do Hospital Universitário, mas cuidando dos meus pacientes como um médico, agora com muito mais tempo. E cuidando um pouco também da vida, cuidando da família, cultivando os bons amigos. Arrumando tempo a tomar um bom vinho, dar-me tempo de cuidar do jardim, cuidar das pessoas. Estou aproveitando um pouco da vida, mas é uma gratidão imensa em meu reconhecimento pela generosidade dos meus companheiros”, finalizou Natalino.

A vida de Natalino Salgado Filho

Natalino Salgado Filho nasceu em Cururupu, no Maranhão; é filho de Natalino Salgado e Ivete Caldeira Salgado; casado com Bernardete Leal Salgado; tem dois filhos, Christiana Leal Salgado e João Victor Leal Salgado, e três netos.

Natalino é graduado em Medicina pela Universidade Federal do Maranhão e possui ios títulos de mestre doutor e pós-doutor em Nefrologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Natalino Salgado Filho é o pioneiro na realização da primeira hemodiálise no Maranhão, em 1978, e fundou a primeira Residência Médica em 1980 e Multiprofissional em 2007. Foi Diretor-Geral do Hospital Universitário da UFMA (1997 a 2007) e professor dos Programas de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (Mestrado e Doutorado), e de Saúde da Criança (Mestrado) da UFMA; presidiu a comissão que implantou o Hospital Universitário, em 1991, hoje complexo (Presidente Dutra e Materno Infantil); fundou a Sociedade de Nefrologia no Maranhão em 1980 e a Sociedade da Academia Maranhense de Ciências (2008). Reitor da UFMA em três mandatos, 2007 a 2015 e 2019 a 2023; realizou a maior transformação na UFMA em toda a sua história, ampliando e modernizando a UFMA em todos os setores, galgando níveis e conceitos elevados jamais vistos; aprovou o Sistema de Cotas em 2007; promoveu a interiorização da Universidade; realizou a restauração dos prédios antigos tombados pelo Patrimônio Histórico, a exemplo da Fábrica Santa Amélia, que abriga o Complexo de Turismo e Hotelaria, do prédio da antiga Faculdade de Direito, que é sede do Programa de Pós-graduação em Direiro, do Palacete Gentil Braga e do Palácio Cristo Rei, enfatizando-se acessibilidade e criação do Memorial de Gonçalves Dias; realizou a expansão da pós-graduação, passando de 12 para 50 mestrados e o doutorado de 01 para 19, elevando o nível da Universidade. Na graduação, implantou, com pioneirismo, o primeiro Curso de Licenciatura Interdisciplinar de Estudos Africanos e Afrobrasileiros em intercâmbio internacional; criou, equipou e desenvolveu a TV UFMA, com sede no Câmpus Cidade Dom Delgado, no Bacanga.

Natalino também participou da implantação do primeiro Comitê de Ética Médica do Maranhão; implantou a primeira Ouvidoria na área da saúde; participou da criação e implementação do Projeto Mãe-Bebê, Método Canguru; criou e implantou a primeira UTI pediátrica em 2005, no Hospital Materno Infantil. Instituiu e participou da criação da Fundação Josué Montelo; implantou o setor de transplante de rim, realizando,  com sua equipe, o primeiro transplante de rim no Maranhão, em 2000, atingindo 700 transplantes, em 2020. Paralelamente, construiu o primeiro Laboratório de Histocompatibilidade - HLA em 1999. Promoveu as condições para implantação e realização de transplantes de tecidos, válvulas cardíacas, tecido ósseo, córneas, fígado (aproximadamente 30) e coração (credenciado), superando todas as expectativas.

Natalino Salgado Filho produziu e publicou mais de quatrocentos trabalhos científicos em revistas especializadas e em anais de congressos nacionais e internacionais e colabora semanalmente com jornais. É membro da Academia Nacional de Medicina, da Academia Maranhense de Medicina e da Academia Maranhense de Letras. Integra a Sociedade Brasileira de Hipertensão Arterial e de Nefrologia (SBN), a International Society Nephrology (ISN), a American Society Nephrology (ASN), a Sociedade Brasileira de História da Medicina, a Academia Maranhense de Ciências (AMC), o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) e a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (ABRAMES). É fundador e primeiro Presidente da Sociedade Maranhense de Nefrologia.

No vasto acervo de sua produção intelectual, destacam-se diversas obras, desde a medicina, política, história e ciências humanas. Nesse viés, podemos mencionar como obras de sua autoria: Na Casa de Antônio Lobo (2013); Tarquínio Lopes Filho: Médico, político, jornalista, administrador que virou mito (2015); Faculdade de Medicina do Maranhão: Uma História de 59 anos (2016); 0s Meus Dias de Cadeia - Origem e Memórias (organizado e ampliado por Natalino Salgado Filho, obra escrita em 1926 por Adelman Correia) e Na Academia Nacional de Medicina (2017).

Por: Ingrid Trindade

Fotos: Ingrid Trindade

Revisão: Jáder Cavalcante