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Alunos do Curso de Turismo do Câmpus de São Bernardo da UFMA realizam visita técnica a casas de farinha, em Santana do Maranhão

publicado: 29/09/2023 12h16, última modificação: 29/09/2023 17h10
Alunos do Curso de Turismo do Câmpus de São Bernardo da UFMA realizam visita técnica a casas de farinha, em Santana do Maranhão

Alunos do curso de Turismo do Centro de Ciências de São Bernardo, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), participaram, no sábado, dia 23 de setembro, de visita técnica a casas de farinha, no município de Santana do Maranhão, a cerca de 371 km do Câmpus. A iniciativa consistiu em uma atividade prática da disciplina de Fundamentos do Turismo I, em que os estudantes puderam analisar fenômenos e processos turísticos, assim como sua evolução histórica dentro das particularidades da região.

De produção familiar, a farinha, produto que está centralizado na base alimentar das famílias maranhenses, serviu como objeto de estudo, na ocasião, para que fosse possível compreender as etapas necessárias para sua produção. Guiados pelo santanense João Araújo, de apelido Santinho, os discentes observaram as fases do plantio da mandioca, seguido pela colheita e descascamento; molho em tanque de água, para facilitar o amolecimento; giral, equipamento que remove as toxinas do alimento; ralagem, em que se produz a massa da mandioca; prensa, segundo processo de retirada do veneno; peneiração e torragem.

As casas de produção são herança do período colonial brasileiro que se mantêm presente até hoje. Anualmente, quatrocentas sacas são produzidas apenas na casa visitada pelos alunos. Farinha branca e farinha de puba são os principais produtos de um processo que não se encerra na torragem, afinal, os moradores atravessam as mercadorias para regiões próximas, como Tutóia e São Luís, em busca de alguma renda que auxiliará no sustento de suas famílias.

Docente da disciplina, Ana Catarina Coutinho é pesquisadora e entusiasta do Turismo como instrumento de conhecimento e redutor de desigualdades. Para ela, incentivar atividades práticas permite que os alunos envolvidos reconheçam seu estado e enxerguem a profissão para além da rotina teórica da academia. Essas experiências, segundo ela, agregam ao saber profissional e cultural. “A formação em Turismo inclui, como princípio básico, uma práxis que é alimentada pelo processo teórico e prático. O saber profissionalizante ocorre mediante as conexões teóricas, que foi o caso do ensinamento das críticas teorizadas por Marc Boyer na história do turismo de massa e o reconhecimento das novas práticas e valores que são localizados. Por isso que a primeira atividade de campo, realizada com os alunos ingressantes em 2023.2, incluiu uma prática produtiva que é comum em seu cotidiano, e não reconhecida como produto turístico local”, afirmou.

Natiel Portela, discente do Curso, foi um dos alunos que embarcaram na viagem e, ao final, contou um pouco das suas impressões. “Gostei muito da aula de campo, pois já tinha conhecimento sobre o processo da farinhada. Observei que, mesmo se tratando de um mesmo produto para toda a região, cada localidade tem uma diferença nas ferramentas que são utilizadas durante o processo de fazer a farinha. Algumas casas de fornos são mais atualizadas do que outras. Foi uma manhã produtiva em que conhecemos um pouco mais sobre a nossa cultura”, finalizou.

Por: Júlio César

Produção: Alan Veras

Revisão: Jáder Cavalcante

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