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Alunos da UFMA conquistam prêmio nacional de iniciação científica e tecnológica do CNPq

publicado: 17/07/2023 08h53, última modificação: 17/07/2023 20h48
O prêmio é concedido anualmente a estudantes de graduação que tenham desenvolvido pesquisas relevantes e inovadoras em diversas áreas de conhecimento.
Alunos da UFMA conquistam prêmio nacional de iniciação científica e tecnológica do CNPq

Um brinde à ciência: os pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão Michel Victor de Castro da Silva, aluno da Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros (Liesafro) da Cidade Universitária Dom Delgado, e Marcos Silva de Sousa, estudante de Engenharia de Alimentos do Centro de Ciências de Imperatriz (CCPi), destacaram-se na 20ª edição do Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Reconhecidos entre diferentes categorias, os acadêmicos foram bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti).

Qualidade e relevância são as palavras que contribuíram para o alcance dos objetivos dos programas, em que os pesquisadores eram bolsistas. Articular democracia e antirracismo é uma proposta que surgiu de lutas antirracistas, mas, para construir a democracia para todas as pessoas, é preciso combater o racismo, aspectos esses que Michel Victor da Silva retratou em sua pesquisa “Produção e aplicação de histórias em quadrinhos na educação básica: contribuindo para o desenvolvimento de uma educação antirracista, emancipatória e democrática”, sob a orientação da professora Cidinalva Silva Câmara Neris.

Realizado em 2021, o estudo em questão foi desenvolvido no Centro Educa Mais Professor Luís Alves Ferreira, localizado no Território Liberdade Quilombola, por meio do Pibiti. Categórico em suas palavras, Michel Victor explicou que o trabalho foi relevante para as escolas da educação básica, uma vez que proporcionou o desenvolvimento de um material didático, em formato de história em quadrinhos. “Em primeira instância, foi uma pesquisa importante para a prática pedagógica do ensino da história, sobretudo, da cultura afro-brasileira e africana”, comentou. 

A cultura afro-brasileira consiste no conjunto de manifestações culturais predominantes no país. “Não é demais afirmar que a pesquisa desenvolvida por mim tem grande potencial para contribuir na construção de uma educação antirracista, emancipatória e intercultural, educação essa necessária para uma sociedade justa e democrática como merecemos”, destacou o pesquisador. 

Protagonismo negro na promoção da igualdade racial

Como já afirmou a intelectual e ativista americana Angela Davis, “não aceito mais as coisas que não posso mudar, estou mudando as coisas que não posso aceitar”, diálogo esse que  Michael também propôs em sua pesquisa, ressaltando a importância de combater ativamente as políticas que oprimem minorias sociais da esfera educacional, fazendo parte da política. “Seguirei nessa linha de estudo, a fim de contribuir para o desenvolvimento de uma educação antirracista, emancipatória e democrática”, disse.

Para ele, a vitória no Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica é um peso significativo para sua vida profissional. “O prêmio foi a melhor conquista da minha vida. Todo o esforço e determinação no Pibiti, bem como o apoio da minha orientadora, foram essenciais para esse resultado. Agradeço a Deus, à minha família e aos meus professores da Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-brasileiros que tiveram participação assídua em toda minha jornada acadêmica”, expressou, com emoção, o discente.

Entre trocas de saberes, a orientadora Cidinalva Silva pontuou que a premiação demonstra a importância das ciências humanas e demais áreas do conhecimento, principalmente, na produção de tecnologia. Revela, em seu ponto de vista, quanto a Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros também tem contribuído para a produção científica e tecnológica da UFMA. “O trabalho premiado faz parte de um projeto de pesquisa sobre cotas raciais que venho desenvolvendo na Universidade e, nesse processo, foi de suma importância a atuação do bolsista Michel, que sempre foi dedicado. Portanto essa é uma sensação de dever cumprido”, complementou.

Ciência e saúde 

Outra visibilidade do Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica também foi para Marcos Sousa, discente do curso de Engenharia de Alimentos do Câmpus Imperatriz, que desenvolveu a pesquisa “Interação Fármaco-Fármaco: obtenção de uma nova dispersão sólida de etionamida e ácido acetilsalicílico para a melhoria do tratamento da tuberculose”, sob a orientação do docente Paulo Roberto da Silva Ribeiro.

O estudo, produzido em novembro de 2020, projetou obter uma dispersão sólida entre dois fármacos, sendo a etionamida e o ácido acetilsalicílico. O primeiro, conforme introduziu o pesquisador, é um agente terapêutico para tuberculose, enquanto o segundo é um fármaco analgésico, antitérmico e anti-inflamatório, cujo principal objetivo é aumentar a solubilidade aquosa da etionamida, que apresenta uma baixa capacidade de se dissolver na água.

Marcos explicou que, por meio da interação física entre etionamida e o ácido acetilsalicílico, foi possível obter uma dispersão sólida, que traz benefícios para o alívio de sintomas da tuberculose, bem como ao tratamento de dor, febre e inflamação. “Essa abordagem combinada proporciona uma solução eficaz, a fim de melhorar a solubilidade e eficácia terapêutica da etionamida. Além disso, amplia as possibilidades de tratamento medicamentoso. Para tanto,  devido ao caráter inédito e inovador desse estudo, foi realizado o pedido de depósito da patente”, detalhou.

O prêmio, nas palavras dele, serviu como uma motivação para continuar se empenhando nessa trajetória como pesquisador. “O fato de eu ter recebido o prêmio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico foi uma experiência incrivelmente gratificante, haja vista que trouxe um reconhecimento significativo, sobretudo, valioso pelo meu trabalho e esforços dedicados à produção de ciência”, contou Sousa.       

Por: Lucas Araújo

Produção: Sarah Dantas

Revisão: Jáder Cavalcante

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