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47º Festival Guarnicê de Cinema encerra edição com exibição inédita de filme e premiações de produções audiovisuais

publicado: 18/06/2024 17h03, última modificação: 18/06/2024 17h03
47º Festival Guarnicê de Cinema encerra edição com exibição inédita de filme e premiações de produções audiovisuais

Com um público de mais de setecentas pessoas, o 47° Festival Guarnicê de Cinema teve seu encerramento na sexta-feira, dia 14, no Teatro Arthur Azevedo, em São Luís. Realizado pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec), por meio da Diretoria de Assuntos Culturais (DAC), a noite de encerramento contou com a premiação das mostras competitivas e com o lançamento do longa-metragem “Betânia”, produzido por Marcelo Botta no povoado de Betânia, na região dos Lençóis Maranhenses.

Zefinha Bentivi, pró-reitora da Proec, destaca o sentimento de gratidão por mais um ano de festival, que abraça diferentes culturas e, principalmente, o audiovisual brasileiro. “O que sentimos aqui nesses sete dias foi um encontro de pessoas, de propósitos, de boas almas e de muito talento, pois cada vez mais nós temos filmes e outras obras de grande valor. Tanto que é difícil decidir, ontem eu vi o pessoal avaliando até a meia-noite e nada. Por quê? Porque são materiais de qualidade e, sobretudo, de afeto e inclusão. Não podemos deixar de falar da importância desse festival para os cinco cantos do Brasil. Como eu disse na estreia, esse festival, que veio com o tema ‘Na trama do tempo’, nos mostra a resistir, com qualidade e talento. É uma Universidade Federal, é uma instituição pública que, há 47 anos faz um grande festival. Todos nós estamos de parabéns. É algo que é para todo mundo ter orgulho mesmo. O Maranhão faz o 4º festival mais útil do Brasil e hoje está no Brasil e no mundo”, expressa. 

A diretora do DAC e coordenadora do evento, Roselis Câmara, destaca a grande importância de realizar o festival, fomentando o acesso à cultura por meio de mostras, competições e exibições de obras cinematográficas. “O Festival Guarnicê é um projeto que há quase 50 anos está trabalhando e se renovando a cada ano, mantendo a tradição, mas também está sempre com olhar atento para o futuro, para as inovações, para novos formatos de exibição. Essa edição é especial, nós criamos novas mostras, como por exemplo a Mostra Universitária, além de uma exposição que conta a trajetória do festival por meio dos seus cartazes. Criamos também uma plataforma que disponibiliza para o público do mundo inteiro o acesso a uma série de obras cinematográfica do Festival Guarnicê, por meio de uma parceria com o Itaú Cultural”, menciona. 

O evento é o quarto festival de cinema mais longevo do país. Desde 2020, o festival é realizado em formato híbrido, com programação presencial em São Luís e virtual por meio da plataforma de streaming CineGuarnicê. Nesta edição, o festival homenageou importantes atrizes do audiovisual brasileiro: Bete Mendes, estrela de novelas como “Rei do Gado” e “Caras & Bocas”, e Zahy Tentehar, atriz indígena e ativista do povo Tentehar-Guajajara, que estrelou a série “Cidade Invisível” e, em breve, atuará na novela “No Rancho Fundo”, da TV Globo. O entusiasta da produção audiovisual maranhense e servidor da DAC, Marko Itapary, que faleceu no ano passado, também recebeu uma homenagem especial.

A 47ª edição do festival foi marcada por uma programação completa, com mostras, exibições de filmes para todos os públicos e homenagens. O festival atraiu mais de 3.200 espectadores presencialmente e mais de 35.000 virtualmente. Parte da programação do festival está disponível na plataforma Itaú Cultural Play até o dia 30 de junho. A noite de encerramento contou também com o lançamento da plataforma Uirá, que reúne um acervo de materiais audiovisuais das edições passadas.

PREMIAÇÕES

Ao todo, foram inscritos cerca de 1.010 filmes, dos quais duzentos foram selecionados para participar das mostras competitivas e paralelas. A noite de encerramento contou com a premiação de produções audiovisuais inscritas no festival, votadas por júris técnicos e populares em diversas categorias. As categorias de premiação incluíram: melhor curta-metragem universitário, melhor videoclipe eleito por júri técnico, melhor videoclipe eleito por júri popular, melhor curta-metragem maranhense (prêmio Itaú Cultural Play), melhor longa-metragem maranhense, prêmio assembleia de júri popular, melhor curta-metragem nacional e melhor longa-metragem nacional.

Confira aqui os premiados da 47° edição.

Vencedores na categoria de melhor videoclipe eleito por júri popular, Gilmar Pereira Santos e Zeca Melo, que participam do Guarnicê pela primeira vez, produziram e apresentaram o videoclipe 'A Flor do Beco da Mina'. O vídeo narra a história de uma mulher apaixonada pelas expressões culturais de São Luís, incluindo o Bumba Meu Boi, o tambor de crioula e as festas juninas.

Gilmar Pereira Santos, escritor de livros infantis e compositor, pontua sobre a história que a obra narra. “O videoclipe conta a história de uma mulher que ama as manifestações culturais de São Luís, como o Bumba Meu Boi, o tambor de crioula e as festas juninas. Fizemos essa música com base nisso e gravamos o videoclipe no centro histórico. Achamos uma boa ideia inscrever não só ele, mas também outro videoclipe que conta a história do Rio Cajari, um importante rio da Baixada Maranhense que banha as cidades de Viana, Penalva e Cajari".

Zeca Melo, compositor e também produtor do videoclipe, explica de onde surgiu a motivação para participar do Guarnicê. “Nós temos muita empolgação para fazer música e depois de pronta avaliamos o que mais podemos trabalhar a partir dela, logo começamos a produzir videoclipes, primeiro “A Flor do Beco da Mina” e depois “Rio Cajari” conhecido como “Imperador da Baixada”. Nós nem imaginávamos que podíamos participar do Guarnicê com videoclipes e quando o Gilmar pesquisou na internet e nos informamos que poderíamos participar, inscrevemos na hora”, conta.

Assista ao videoclipe clicando aqui. 

Gilmar e Zeca descrevem a participação na 47ª edição do festival como gratificante, incentivando-os a produzir cada vez mais obras, incluindo um curta-metragem, que possam retratar a cultura pela qual nutrem tanto carinho. Eles planejam participar anualmente do festival, que leva as produções maranhenses a níveis nacional e internacional, proporcionando maior visibilidade.

A dupla, natural de Penalva, subiu ao palco para receber o troféu Guarnicê e destacou em seu discurso o sentimento de surpresa positiva e gratidão ao ser premiada pelo Júri Popular com uma obra que exalta a beleza e o charme da mulher ludovicense, que nutre um amor pelas manifestações culturais, além de mostrar a beleza do Centro Histórico de São Luís, berço da história da cidade.

LANÇAMENTO "BETÂNIA"

Para encerrar a noite, o Guarnicê realizou o lançamento do filme "Betânia". Dirigido por Marcelo Botta, o longa-metragem fez sua estreia nacional na noite de encerramento do festival. Produzido pela Salvatore Filmes, com produção associada da Ventre Estúdio e coprodução do Canal Brasil, o filme foi inteiramente rodado no território maranhense e conta com um elenco composto totalmente por artistas locais.

Marcelo Botta, diretor do filme, destaca a emoção de participar do festival e a importância de exibir o filme na cerimônia de encerramento. “É uma emoção indescritível, tendo a presença de quase todo elenco e de representantes dos lençóis, especialmente das mulheres que inspiraram a obra. Bate uma curiosidade para saber como o filme irá impactar nas pessoas que estão aqui hoje presentes, observando uma representação do Maranhão. Estamos muito felizes em estar aqui e curiosos para sentir o filme com todo mundo, e claro estamos muito gratos, ao Maranhão, aos Lençóis, ao Guarnicê, à UFMA e toda mídia que proporciona todo esse espaço para o filme. A palavra que define a noite de hoje é gratidão, pois o que o filme precisava para ser divulgado, ele teve, agora é assistir o quanto ele toca as pessoas, o resultado desse esforço”, frisa. 

Confira as fotos da noite de encerramento: 

Encerramento da 47º Festival Guarnicê de Cinema - 14.06.2024

 

Por: Karina Soares e Sarah Dantas

Fotos: Gabriel Jansen 

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