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“Foi aqui nesta terra que aprendi a ser quem sou”, destaca homenageada na abertura do 46º Festival Guarnicê de Cinema no Teatro Arthur Azevedo
Pretendendo reafirmar a essência transformadora do cinema brasileiro, que sempre se manifestou em defesa dos valores democráticos, o tema da 46ª edição do Festival Guarnicê de Cinema é “Democracia em Cena”. Em São Luís, a programação de mostras audiovisuais foi dividida entre os dias 9 e 16 de junho, com exibições distribuídas em diversos teatros pela cidade. Já na internet, os filmes estão disponíveis no site guarnice.ufma.br e no aplicativo Cine Guarnicê, todos de forma gratuita. No ano passado, foram 42 mil visualizações on-line, 2.600 espectadores presenciais, além de alcançar um total de 52 países.
Nesta edição, a abertura do Festival ocorreu na noite de sexta-feira, 9, no Teatro Arthur Azevedo e contou com apresentação musical da cantora Adriana Bosaipo, homenagem às atrizes Alessandra Negrini e Áurea Maranhão, fala do ator Leonardo Fernandes, menção ao poeta e jornalista ludovicense Celso Borges, além da exibição do longa-metragem “Pérola”, de 2020, dirigido por Murilo Benício. A iniciativa é realizada há 46 anos, pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec), o que configura um marco para o Maranhão, visto que o Guarnicê é o quarto mais antigo festival de cinema nacional. Surgiu 10 anos após a criação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e vem sendo desenvolvido ininterruptamente, mesmo durante o período da pandemia de covid-19, nesse caso em formato virtual.
Para o reitor da UFMA, professor Natalino Salgado Filho, o evento é produto de muito trabalho e compromisso, tanto da gestão quantos dos diretores e diretoras que se dispõem a participar, fomentando, dessa forma, o audiovisual local, regional e nacional. “Esses 8 dias de espetáculos nos colocam diante de uma grande evidência de cultura popular. É uma grande tela que projeta documentários, ficção e, principalmente, narrativas. As lentes dos produtores mostram, questionam, denunciam e provocam atitudes transformadoras em benefícios nas sociedades nas quais estão inseridos”, ressaltou.
Já a pró-reitora da Proec, professora Zefinha Bentivi, avalia positivamente o evento como manifestação cultural, preservação da memória e valorização dos profissionais da 7° arte. “Queremos continuar trabalhando para manter a UFMA como uma instituição que considera a arte tão importante quanto a ciência, economia e política. Ela é uma forma de educar, reinventar o país, dizer ao mundo o que nós somos, constituir possibilidades e reconstituir sempre que necessário”, frisou.
“Uma grande festa do audiovisual maranhense e brasileiro”. É dessa forma que a coordenadora do evento e diretora da Diretoria de Assuntos Culturais (Dac), Roselis de Jesus Barbosa Camara”, define o Guarnicê. Para ela, a intenção é expandir cada vez mais, alcançar novos horizontes, democratizar o acesso às manifestações artísticas, defender os valores democráticos e reconhecer, assim como premiar, aqueles e aquelas que participam ativamente do cenário cultural.
Áurea Maranhão, uma das homenageadas da noite, se emocionou durante o recebimento da premiação e incentivou o público a acompanhar o restante da programação, no decorrer dos dias. “Foi aqui nesta terra que aprendi a ser quem sou, graças aos mestres que me formaram e à minha família. Este prêmio é nosso! Eu fico muito honrada com esse reconhecimento, dentro da nossa comunidade, porque, para mim, este é o nosso Oscar”, disse.
Alessandra Negrini também parabenizou o Festival: “São 46 anos tendo essa firmeza, coragem e força para realizar este evento lindo, sem parar”. Para ela, o cinema é transparência e entrega, um diálogo sincero entre a câmera e aqueles que atuam. “O Maranhão me acolheu muito bem. A homenagem aqueceu meu coração”, finalizou.
Filme de abertura:
O filme de abertura, “Pérola’’, dirigido por Murilo Benício, é baseado em um dos maiores sucessos do teatro brasileiro, escrito por Mauro Rasi. O filme conta a história da matriarca Pérola pelo olhar e pela memória de seu filho, Mauro. Uma história, acima de tudo, sobre o reencontro de uma mãe e seu filho, com conflitos e sonhos traduzidos na construção de uma piscina no quintal de casa. Um retrato de uma família comum, que briga, faz as pazes, comemora, chora e segue cheia de histórias.
Veja mais fotos abaixo:
Por: Júlio César e Aline Alencar
Fotos: Karla Costa
Revisão: Jáder Cavalcante