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Maranhão de Gigantes: Departamento de Biologia da UFMA e órgãos parceiros exibem réplica em tamanho real do dinossauro encontrado em Coroatá, o Spinosaurus

publicado: 03/07/2023 11h02, última modificação: 03/07/2023 16h43
Maranhão de Gigantes: Departamento de Biologia da UFMA e órgãos parceiros exibem réplica em tamanho real do dinossauro encontrado no Maranhão, o Spinosaurus

Uma multidão de pais e mães, acompanhando seus filhos, se aglomerou, no último sábado, 1º, para ver a exposição da réplica em tamanho real do dinossauro encontrado no Maranhão, o Spinosaurus. O animal, que viveu aproximadamente entre 95 miçhões e 105 milhões de anos atrás, teve seus fósseis descobertos às margens do Rio Itapecuru, na cidade de Coroatá (MA). De hábitos semiaquáticos e dieta predominantemente piscívora, os espinosauros adultos podiam atingir mais de 15 metros de comprimento. O gigante e exótico dinossauro predador que viveu no norte da África e no norte da América do Sul é considerado o maior predador do Cretáceo.

A exposição da réplica do Spinosaurus juvenil, que tem 8 metros de comprimento, faz parte do projeto “Maranhão de Gigantes”, realizado pelo Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão (órgão da Secretaria de Cultura do Estado), com financiamento da Vale, e teve como consultor o professor da UFMA Manuel Alfredo Araújo Medeiros, do Departamento de Biologia da Universidade. 

“Maranhão de Gigantes" é inspirado no achado de um esqueleto parcial, escavado sob supervisão do professor, na região de Coroatá, em 2016. O espécime, um dos poucos já coletados em todo o mundo, pertence à coleção de fósseis do Laboratório de Paleontologia, do Departamento de Biologia, da Universidade Federal do Maranhão.

A réplica está em exposição permanente no Parque Estadual do Sítio Rangedor, localizado no bairro Alto do Calhau. O objetivo é atrair as pessoas para conhecer mais sobre o potencial maranhense no que diz respeito às descobertas científicas dentro do ramo da paleontologia. No caso do Spinosaurus, quem for visitar a exposição saberá mais sobre como é que ele vivia, o que que ele comia e que é uma forma tipicamente africana, além de ter mais conhecimento sobre outras espécies também encontradas no estado.

“O Maranhão tem uma riqueza paleontológica muito grande, mas não explorou de forma turística como vários países exploram, a exemplo do Canadá, Estados Unidos, México, Argentina, além de vários países europeus. A maioria das formas que a gente encontra aqui são tipicamente africanas porque, na época, a América do Sul era muito próxima da África. Eles não tinham fronteira,  então esses animais passavam de lá para cá e daqui para lá. De alguns sabemos a espécie, já de outros, o gênero, e outros a gente sabe a família. Porque existe uma hierarquia de classificação”, ressalta o professor Manuel Alfredo. Para ele, o estudo e o projeto são formas de resgate do passado remoto do Maranhão. 

A professora de biologia da Universidade Estadual do Maranhão, Câmpus Paulo Sexto, Elaine Pinheiro de Sousa, que trabalha com paleontologia, tendo sido formada pela UFMA, fala também sobre a importância de se levar, para além do museu, descobertas científicas como esta para locais públicos, como o Parque do Rangedor. 

“Preservando patrimônio paleontológico geológico, a gente também auxilia na preservação do meio ambiente. Tudo isso é ciência, que é base para que a gente possa estimular outros conhecimentos e aplicá-los. Muitas pessoas não sabem que no Maranhão havia dinossauros, e a gente tem várias espécies de diversos grupos já identificados aqui. Esse tipo de atividade ajuda as pessoas a conhecerem essas formas de vida que existiram aqui e também ajuda a preservar. Todo mundo que veio aqui vai ficar mais interessado, vai pesquisar, vai tentar buscar mais informações. Podem surgir, inclusive, novos cientistas aqui, novos paleontólogos e paleontólogas, entre essas crianças que estão interessadas, começando pela leitura, colecionando bonequinhos e figurinhas, vindo aqui também visitar a réplica e, de repente, temos um futuro cientista com potencial”, ressaltou a docente.

A Profissional de ESG Élida Brandão levou seu filho Bento, de apenas cinco anos, para ver a réplica do Spinosaurus juvenil. Ela conta que foi uma ótima experiência, pois seu filho é fascinado por dinossauros. "Ele lê e se informa sozinho sobre espécies e tudo que envolve a temática e até me ensina algumas coisas. Aqui ele teve a oportunidade de observar de perto o que ele já conhece de livros e filmes, além de aprender muito mais", disse. 

Saiba mais

O Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão foi fundado no dia 27 de março de 2002 e tem atuação nas áreas de Paleontologia, Arqueologia e Etnologia, com ações voltadas ao conhecimento, valorização e preservação do acervo patrimonial maranhense. Realiza também atividades de prospecção, monitoramento e resgate em sítios paleontológicos e arqueológicos no Maranhão. Para conhecer aspectos da história e pré-história do Maranhão, basta visitar a Exposição Permanente do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão, na Rua do Giz, 59, Centro Histórico de São Luís (MA) e acessar também a página do projeto Maranhão de Gigantes

Confira mais fotos abaixo:

MARANHÃO DE GIGANTES 01-07-2023



Por: Aline Alencar

Fotos: Aline Alencar

Produção: Sarah Dantas

Revisão: Jáder Cavalcante 

 

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