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Pesquisas afirmam que sintomas pós-covid afetam a memória e sequelas podem durar mais de um ano

publicado: 17/05/2022 08h52, última modificação: 17/05/2022 11h50
UNA-SUS-UFMA oferta capacitação que auxilia profissionais na reabilitação desse paciente
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Após analisar pacientes que tiveram covid, os resultados de duas pesquisas brasileiras surpreenderam: o primeiro estudo, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Minas, revelou que metade das pessoas diagnosticadas com covid-19 apresentam sequelas que podem durar mais de um ano. Já a pesquisa feita na Rede Sarah constatou que todos os participantes apresentaram algum grau de perda de memória.

Segundo os pesquisadores da Fiocruz Minas, foram identificados 23 sintomas após o término da infecção aguda. Dos 646 pacientes monitorados, 35,6% relataram ter fadiga, que é caracterizada por cansaço extremo e dificuldade para realizar atividades rotineiras. Outras sequelas relatadas foram tosse persistente (34%), dificuldade para respirar (26,5%), perda do olfato ou paladar (20,1%), dores de cabeça frequentes (17,3%) e trombose (6,2%). Foram constatados ainda transtornos como insônia, relatada por 8% dos pacientes acompanhados, ansiedade (7,1%) e tontura (5,6%). 

De acordo com a pesquisadora Rafaella Fortini, que coordena o estudo, muitos dos sintomas persistiram durante os 14 meses, com algumas exceções, como a trombose, da qual os pacientes se recuperaram em um período de cinco meses, por terem sido devidamente tratados por meio intervenções médicas adequadas. “É importante buscar os serviços de saúde para o tratamento da covid longa, até mesmo no caso de sequelas mais leves, que também podem interferir na qualidade de vida”, lembrou Fortini.

Sobre o estudo realizado pela Rede Sarah – entre abril de 2021 e janeiro de 2022, com 614 pacientes que tiveram Covid  – foi registrado, além da perda da memória, sequelas desconhecidas da doença, como deficiências na concentração, atenção e fluência verbal. A pesquisa apontou ainda aumento nos níveis de ansiedade (46%) e depressão (29%). A média de idade dos pacientes com esses problemas é de 47,6 anos e a maioria é de mulheres. As sequelas afetam tanto quem teve Covid grave, quanto os casos leves. 

Ambos os estudos mostraram que as sequelas podem durar mais de um ano,  caracterizando o que a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica de covid "Covid longa". 

CAPACITAÇÃO - Desde o início da pandemia, especialistas alertam para a necessidade de se acompanhar os pacientes que ficaram com alguma sequela, pois condições com duração indeterminada requerem intervenções específicas. Dessa maneira, a capacitação “Reabilitação do paciente com condições pós-covid” segue com inscrições abertas até 3 de outubro.

O curso do Ministério da Saúde, em parceria com a Diretoria de Tecnologias na Educação (DTED/UFMA), por meio da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS/UFMA) e Grupo SAITE (CNPq/UFMA), é destinada a médicos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, fonoaudiólogos, nutricionistas, assistentes sociais e profissionais das equipes da Atenção Primária à Saúde. O curso tem carga horária de 45 horas e início imediato, sendo ofertada na modalidade a distância (autoinstrucional) por meio do ambiente virtual de aprendizagem da UNA-SUS-UFMA. O certificado é gratuito, reconhecido pelo MEC e validado pela UFMA.

Leia a pesquisa da Fiocruz Minas, publicada na revista Transactions of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene na íntegra.

Com informações do portal Agência Brasil.

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