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Pesquisa analisa pontos pró e contra da aprendizagem a distância em saúde

publicado: 15/07/2010 00h00, última modificação: 02/12/2021 09h51

233bf25af26f750c4a308fc0ea8da85b.jpgEm artigo publicado na revista Trabalho, Educação e Saúde, da Fiocruz, pesquisadores analisaram as percepções de tutores e alunos sobre a experiência de aprendizagem on-line em um curso de qualificação profissional em saúde. O estudo visa compreender quais os requisitos necessários à aprendizagem em ambientes virtuais, de modo a fornecer aos formuladores políticas de formação profissional para o aprimoramento das propostas educacionais a distância.

Os resultados apontaram a necessidade de readequação periódica da proposta pedagógica do curso para atender às demandas dos participantes quanto à organização e atualização dos conteúdos, dos meios de acesso material e a implementação de atividades avaliativas compatíveis com a experiência de trabalho.

Os envolvidos no estudo são Josué Laguardia, doutor em Saúde Pública pela ENSP e pesquisador do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Informação e Comunicação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz); Ângela Casanova, mestre em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/Uerj) e pesquisadora-professora do Laboratório de Educação Profissional em Vigilância em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz); e a mestre em saúde pela ENSP e tecnologista do Laboratório de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde do Icict/Fiocruz Rejane Machado.

“A adoção da abordagem pedagógica oriunda dos espaços tradicionais de educação superior e da educação on-line, bem como as barreiras associadas às condições de trabalho e suas imbricações na vida pessoal demandam investigação das melhores estratégias para a aprendizagem em determinados contextos organizacionais”, afirmam os pesquisadores. “Desse modo, se há interesse em entender o impacto dessas novas tecnologias na pedagogia, é preciso levar em consideração as condições locais e a gama de respostas possíveis às pressões particulares”.

O curso de pós-graduação lato sensu on-line avaliado é destinado aos profissionais de saúde que atuam em serviços vinculados ao Sistema Único de Saúde, sendo em sua maioria oriundos das secretarias estadual e municipais do Rio de Janeiro. Para a pesquisa, foram consultados dez alunos, com média de 42 anos, e três tutores, com média de 37 anos, que apresentam mestrado e/ou doutorado em saúde pública, experiência de docência presencial e vinculação com serviço público federal ou estadual.

Além de disponibilizar conteúdo, o curso oferece exercícios de perguntas e respostas, atividades interativas (fórum de discussão) e exercícios práticos. Como formas de avaliação, o aluno realiza exercícios autocorrigidos, trabalhos escritos (questão discursiva), participação nos fóruns e testes com questões objetivas. A carga horária é de 100 horas, o que corresponde a cerca de quatro meses de curso, sendo sugerido que os alunos estudem duas horas por dia.

Segundo a opinião dos tutores entrevistados, a modalidade de ensino tem como aspecto positivo a possibilidade de ampliar o acesso a um número maior de alunos e a escolha dos horários de trabalho. O acesso dos tutores ao sistema foi feito na maioria das vezes no domicílio, nos dias de semana, à noite e nos finais de semana. “Essa escolha decorreu da preferência por um espaço e um horário considerados mais tranquilos para leitura e avaliação das atividades dos alunos, sem ser interrompido pelas demandas do serviço no local de trabalho”, comentam os pesquisadores.

Eles destacaram, como fatores negativos, a ausência de conteúdo em arquivos digitais para impressão – o que possibilitaria o estudo do aluno em situações em que ele tem disponibilidade de tempo, mas não está on-line –, a falta da opção de descarregar (download) o conteúdo do curso, o desconforto da leitura na tela do computador e o volume de material textual, aspecto que marca a predominância de uma estratégica pedagógica em detrimento de outras, uma vez que a aprendizagem não se resume à leitura.

O artigo completo pode ser lido AQUI .


Última alteração em: 14/07/2010 09:39

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