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Pacientes com diabetes têm mais risco de apresentar declínio cognitivo, diz pesquisa

publicado: 18/10/2022 10h38, última modificação: 18/10/2022 14h47
Entenda mais sobre os tipos, riscos e vulnerabilidades do Diabetes Mellitus em capacitação profissional da UNA-SUS/UFMA
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Estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), publicado na revista científica Diabetology & Metabolic SyndroME, indicou uma piora do déficit cognitivo (dificuldade de aprendizado) de pacientes com diabetes do tipo 2.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 16 milhões de brasileiros adultos têm diabetes tipo 2, que é a diabetes mellitus (doença que se caracteriza pelo aumento dos níveis de glicose no sangue).

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) informou que cerca de 90% dos pacientes apresentam o tipo 2 (DM2) da doença, quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou não produz o hormônio de forma suficiente para controlar a taxa de glicemia. Da enfermidade decorrem complicações em potencial, incluindo o declínio cognitivo.

A avaliação desse problema levou os pesquisadores da PUCPR a estudar 250 pessoas adultas com diabetes tipo 2, pacientes de hospital universitário. A pesquisa foi feita entre 2018 e 2021 e sofreu atraso em função da pandemia da covid-19. A professora da PUCPR, Ana Cristina Ravazzani de Almeida Faria, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, disse que já se sabia que pacientes com diabetes têm, ao longo do tempo, um déficit de cognição maior ou mais chances de ter déficit de cognição do que pessoas sem diabetes.

“O que a gente procurava era se dentro desses diabéticos conseguiria identificar quem teria mais chances de ter esse déficit cognitivo ou maiores chances de evoluir, com o passar do tempo, para um declínio cognitivo maior do que o resto do grupo”, afirmou Ana Cristina.

Médicos e estudantes de Medicina que participaram da pesquisa concluíram que os pacientes mais suscetíveis são pessoas com baixa escolaridade, acima de 65 anos, com mais de 10 anos de diabetes e que já têm uma doença cardiovascular, como consequência ou não do diabetes, e que têm retinopatia diabética. Além disso, pacientes com sintomas de depressão também são mais suscetíveis.

“A gente conseguiu identificar dentro do grupo, o setor com maior risco”, especificou. Do total de 250 pacientes investigados, 14% pioraram da cognição nos 18 meses do estudo. Foi feita uma avaliação inicial dos pacientes e, depois de um ano e meio, em média, nova avaliação. “Esse subgrupo de 14% teve o pior desempenho”, destacou Ana Cristina.

Durante consultas de rotina e acompanhamento, os pacientes foram submetidos a exame físico, triagem de sintomas de depressão e testes cognitivos, entre os quais mini exame do estado mental, teste de fluência verbal semântica, teste de trilhas A e B e teste de memorização de palavras. Dados demográficos, como idade e escolaridade, ligados ao estilo de vida e tempo de diabetes, também foram analisados.

Além de Ana Cristina Ravazzani de Almeida Faria, assinam o trabalho as pesquisadoras da Escola de Medicina da PUCPR Joceline Franco Dall’Agnol, Aline Maciel Gouveia, Clara Inácio de Paiva, Victoria Chechetto Segalla e Cristina Pellegrino Baena.

Capacitação profissional – A ocorrência da doença nos brasileiros motivou o lançamento do curso Descompensação do Diabetes Mellitus e alterações agudas da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), ofertado pela UFMA, instituição integrante da Rede UNA-SUS. A capacitação, gratuita e on-line, visa contribuir na qualidade do atendimento e no fluxo de trabalho das equipes na Atenção Primária à Saúde.

A iniciativa atraiu bastante visibilidade na plataforma de cursos da UNA-SUS/UFMA ultrapassando, em dois meses, a meta de 10 mil matrículas. Lançada em julho, a oferta conta, atualmente, com 11.723 inscritos. As matrículas seguem abertas até 4 de janeiro de 2023 no site unasus.ufma.br. O curso tem início imediato.

O público-alvo são profissionais de saúde e gestores que atuam na APS, além de técnicos, acadêmicos e demais interessados nas temáticas abordadas pela capacitação. Durante a jornada de aprendizagem, o estudante terá acesso a diversos suportes educacionais, como: recursos multimídias, cartilhas, infográficos, apresentações e e-books interativos.

“Buscamos auxiliar os profissionais na Rede de Atenção do SUS por meio do curso que traz em seu conteúdo programático o reconhecimento e manejo das complicações agudas do Diabetes Mellitus e das elevações agudas do nível pressórico do usuário na APS, além da avaliação de risco e suas respectivas vulnerabilidades”, frisa a coordenadora da UNA-SUS/UFMA, Ana Emilia Figueiredo de Oliveira.

A oportunidade educacional é fruto da parceria entre o Ministério da Saúde e a Universidade Federal do Maranhão, por meio da Diretoria de Tecnologias na Educação (DTED/UFMA), Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) e Grupo SAITE (CNPq/UFMA). O certificado é gratuito e validado pela UFMA.

 

Com informações do portal Agência Brasil.

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