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Na sua segunda oferta, curso on-line e gratuito da UNA-SUS-UFMA com o tema "Reabilitação do paciente com condições pós-covid" alcança cerca de 20 mil matrículas
Compreender os processos de reabilitação motora, neurofuncional, cardiorrespiratória, assim como os das funções mentais, cognitivas e psicológicas em pessoas recuperadas da covid-19, mas que apresentaram sintomas tardios ou complicações de saúde em decorrência do vírus é o objetivo central do curso da UNA-SUS-UFMA intitulado “Reabilitação do paciente com condições pós-covid”. A capacitação está na sua segunda oferta e já alcançou cerca de 20 mil matrículas em todo o país.
Fruto da parceria entre o Ministério da Saúde e a Universidade Federal do Maranhão, por meio da Diretoria de Tecnologias na Educação (DTED), Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS/UFMA) e Grupo SAITE (CNPq/UFMA), o curso possui carga horária de 45 horas e início imediato, sendo ofertada na modalidade a distância (autoinstrucional), ou seja, sem a mediação de tutores.
O público-alvo são profissionais que atuam no processo de reabilitação no âmbito hospitalar, ambulatorial e domiciliar, tais como: médicos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, fonoaudiólogos, nutricionistas, assistentes sociais, profissionais das equipes da Atenção Primária, entre outros e demais interessados pela temática.
As sequelas pós-covid - Desde o início da pandemia, especialistas alertam para a necessidade de se acompanhar os pacientes que ficaram com alguma sequela. Após analisar pacientes que tiveram covid, pesquisadores da Fiocruz Minas identificaram 23 sintomas após o término da infecção aguda. Dos 646 pacientes monitorados, 35,6% relataram ter fadiga, que é caracterizada por cansaço extremo e dificuldade para realizar atividades rotineiras. Outras sequelas relatadas foram tosse persistente (34%), dificuldade para respirar (26,5%), perda do olfato ou paladar (20,1%), dores de cabeça frequentes (17,3%) e trombose (6,2%). Foram constatados ainda transtornos como insônia, relatada por 8% dos pacientes acompanhados, ansiedade (7,1%) e tontura (5,6%).
Outro estudo, dessa vez realizado pela Rede Sarah entre abril de 2021 e janeiro de 2022, com 614 pacientes que tiveram Covid, foi registrado, além da perda da memória, sequelas desconhecidas da doença, como deficiências na concentração, atenção e fluência verbal. A pesquisa apontou ainda aumento nos níveis de ansiedade (46%) e depressão (29%). A média de idade dos pacientes com esses problemas é de 47,6 anos e a maioria é de mulheres. As sequelas afetam tanto quem teve Covid grave, quanto os casos leves.
Ambos os estudos mostraram que as sequelas podem durar mais de um ano, caracterizando o que a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica de “Covid longa”.
Intervenções específicas - De quadros moderados a graves, diversos pacientes podem continuar a sofrer de efeitos tardios da doença. Condições com duração indeterminada requerem intervenções específicas.
A diretora da DTED, Ana Emilia Oliveira, reforça que a capacitação permitirá ao cursista ampliar os conhecimentos que já possui. “O conteúdo do curso foi planejado com o intuito de qualificar e ampliar os conhecimentos dos cursistas quanto ao cuidado especializado e humanizado destinado aos pacientes que apresentam condições clínicas pós-covid. O propósito é que a assistência seja ofertada de maneira individualizada, com estratégias que visem o aumento na qualidade de vida do indivíduo”, explicou Ana Emilia.
Dessa maneira, o curso apresenta três unidades contendo os seguintes conteúdos: Unidade 01: Reabilitação neurofuncional do paciente com condições pós-covid; Unidade 02: Reabilitação cardiorrespiratória do paciente com condições pós-covid; Unidade 03: Reabilitação das funções mentais, cognitivas e psicológicas após quadro de covid-19.
Ao concluir a capacitação, o estudante terá direito a um certificado gratuito, reconhecido pelo MEC e validado pela UFMA.