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"A dificuldade em promover inovação em Educação no Brasil"

publicado: 26/04/2012 00h00, última modificação: 02/12/2021 09h51

Questões relacionadas à resistência da educação brasileira às oportunidades de experimentar novas tecnologias, diferenças entre criatividade e inovação, entre outros temas foram abordados na palestra “A Dificuldade em Promover Inovação em Educação no Brasil”. Ministrada pelo professor e presidente da ABED (Associação Brasileira de Educação à Distância), Fredric Michael Litto, a palestra, ocorrida na ultima terça- feira (24) no auditório do Palácio Cristo Rei, foi uma divulgação do 18º Congresso Internacional de Educação à Distância da ABED que será realizado na Cidade Universitária de 23 a 26 de setembro de 2012.


Por meio do Núcleo de Educação a Distância – NEaD, a Universidade Federal do Maranhão – UFMA recebeu o Prof. Dr. Fredric Michael Litto para falar também sobre Educação à Distância, sua história no Brasil e seus desafios do presente e futuro. Na apresentação de abertura do evento, o diretor do Núcleo de Educação a Distância da UFMA, Othon Bastos Filho, falou sobre perspectivas da palestra para educação à distância da UFMA (confira abaixo a fala do diretor na abertura).


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O diretor ressaltou ainda a importância da palestra, evolução da educação à distância desde o início da gestão do Reitor Natalino Salgado e anunciou as inovações para os anos seguintes:


“Os novos planos para que a UFMA e o NEaD ofereçam uma educação à distância com mais qualidade envolvem melhorias na estrutura desde salas multimídias interligadas em alta velocidade, livros e quadros digitalizados, além da inclusão de mais disciplinas. A meta é que de 13, o Núcleo passe a oferecer 20 disciplinas até o início de 2013. Haverá ainda um aumento do quadro de professores com mestrados. Enfim, uma série de mudanças para a educação acompanhar as novas tecnologias. Por isso, é importante também a palestra para nos situarmos quanto a esses novos desafios”, concluiu.


Durante o evento, Litto fez uma explanação geral sobre os contrastes que a aprendizagem à distância no Brasil passa hoje em dia. Segundo o professor, no lado positivo, houve de 2004 a 2008 um crescimento de 1.175% de universitários estudando a distância, chegando a ter cerca de um milhão de alunos, ou um sexto do total matriculado no ensino superior (o crescimento anual de número de alunos no presencial é de apenas 5%).


“Do lado que gera preocupações, o obstáculo principal ao desenvolvimento da EAD no Brasil parece ser a mentalidade conservadora demonstrada por docentes universitários (especialmente das faculdades de educação) e sindicatos de professores, que criticam a EAD por “falta de qualidade”, sem oferecer exemplos de práticas que não sejam, também, parte do ensino presencial no país, e sem sugerir outras alternativas para aumentar o acesso mais democrático ao conhecimento, que vão além de propostas ingênuas e utópicas”, afirma.


Após a palestra, foram sorteados 4 livros sobre Educação à Distância, escritos por Fredric, à plateia presente. Confira a seguir uma entrevista da jornalista Josie Bastos com o palestrante:


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Saiba+


A pesquisa no Brasil sobre EAD revela um desconhecimento da literatura científica internacional (comprovado na falta de citações ao vasto acervo de estudos que existe dentro e fora da web, em teses e artigos em periódicos nacionais), o resultado do fraco domínio de línguas estrangeiras e da quase-inexistência dessa literatura em bibliotecas no país. Essas limitações também diminuem, drasticamente, o uso, por brasileiros, de cursos e recursos educacionais online do exterior na sua aprendizagem.


Finalmente, existe um pequeno número de instituições, públicas e privadas, que não se preocupa com a qualidade dos seus programas de EAD, incorrendo em “crimes acadêmicos” como: baixa profundidade e densidade de informação nos seus conteúdos; deficiência na avaliação do desempenho dos seus alunos; um número excessivo de alunos por professor ou tutor, e, consequentemente, um atendimento inadequado aos aprendizes. Assim, o ambiente regulatório para a operação de EAD desestimula a criatividade e a diversidade curricular por parte de docentes e instituições, e envolve uma burocracia que prolonga muitos aspectos da oferta de cursos e um processo de avaliação que dá mais ênfase aos “inputs” de programas do que aos “outputs” (o desempenho dos alunos).


(Tirado de “O retrato frente/verso da aprendizagem a distância no Brasil 2009” de Fredric Litto)


Última alteração em: 26/04/2012 13:14

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