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Professora da UFMA publica artigo sobre histórias de vida das profissionais da Universidade FM

publicado: 26/06/2025 11h15, última modificação: 27/06/2025 08h57
Artigo destaca histórias de mulheres que fazem parte da emissora da UFMA/FSADU

Intitulado “Histórias de vida das profissionais da Rádio Universidade FM (106,9): retrato do ano de 2024”, o artigo destaca histórias de mulheres que fazem parte da emissora.

 

A autora da publicação, professora do Curso de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), campus Imperatriz, e Dra. em Comunicação (PUCRS), Izani Mustafá, narra a trajetória de nove mulheres que atuam na emissora da UFMA e Fundação Sousândrade (FSADU), em São Luís do Maranhão.

 

O artigo foi apresentado no Grupo de Trabalho Estudos Radiofônicos, durante o 34º Encontro Anual da Compós, realizado na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, entre os dias 10 e 13 de junho de 2025. O evento teve como tema “Diversidade de Vozes e Políticas Afirmativas na Comunicação”.

 

O artigo também foi publicado nos ANAIS do encontro, organizado pela Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação.

 

A Prof.ª Izani Mustafá ressalta que o artigo faz parte de um estudo mais amplo.

 

“É uma parte de uma pesquisa mais abrangente, denominada ‘Vozes, memórias e histórias de mulheres nas rádios do Maranhão (1941-2022)’, que estamos desenvolvendo no Grupo de Pesquisa Rádio, Podcast e Mídia Sonora, do curso de Jornalismo da UFMA, campus Imperatriz. É também uma contribuição para a pesquisa coletiva ‘A história (das mulheres) do rádio no Brasil – uma proposta de revisão do relato histórico’, coordenada pelas pesquisadoras Valci Zuculoto (UFSC) e Juliana Gobbi Betti (UFOP)”, disse.

 

A professora complementou, explicando o intuito da publicação.

 

“Então, o artigo, que narra parte das histórias de vida das nove profissionais mulheres que trabalham na Rádio Universidade FM (106,9), de São Luís, tem como objetivo dar visibilidade às mulheres profissionais que trabalham ou trabalharam no rádio no Maranhão. Elas são parte de uma história que não está presente na historiografia do principal veículo de comunicação”.

 

ATUAÇÃO 

Dentre os depoimentos reunidos no artigo estão os da diretora executiva, locutoras, coordenadoras e uma secretária da emissora, todas com atuação marcante na rádio educativa vinculada à UFMA e à Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da UFMA (FSADU). Por meio de relatos pessoais, o artigo revela o percurso profissional dessas mulheres e o papel que desempenham na construção de uma comunicação pública mais representativa.

 

Essa construção da comunicação pública remete a diversos aprendizados e constatações, conforme observa Izani Mustafá.

 

Gisa Franco e a Profa Izani no estúdio de transmissão da 106

 

“Estamos comprovando que, sim, as mulheres são profissionais e estão trabalhando no rádio. Muitas têm programas consagrados em suas emissoras. Na Rádio Universidade FM, temos duas que se destacam: Gisa Franco, que apresenta um dos programas de maior audiência, o Santo de Casa, e Maira Nogueira, que está no Jornal Rádio Universidade e no FMPB. Ambas estão há cerca de 30 anos na emissora. E, para nossa surpresa, a estação é uma das que possuem mais mulheres trabalhando. Isso é muito significativo e importante para nossa pesquisa. Todas as nove estão fazendo história na radiodifusão, mas até pouco tempo as histórias narradas eram produzidas por homens falando de homens”.

 

Para a locutora da Universidade FM, Maira Nogueira, “foi muito importante participar do artigo sobre a história de vida das profissionais do rádio. Ele aborda o papel crucial do desempenho da mulher nesse importante meio de comunicação que é o rádio. Destaca a importância da representatividade feminina, a valorização de nossas experiências ao longo do tempo e nos mostra como o rádio pode ser uma grande ferramenta de inclusão e diversidade”, avaliou.

 

Além de destacar conquistas e desafios, o texto também registra a contribuição feminina na consolidação da Rádio Universidade FM como um importante canal de informação, cultura e cidadania no estado, iniciativa que valoriza as trajetórias pessoais e profissionais das mulheres que constroem, dia após dia, a história da emissora, a exemplo de Lana Rodrigues, secretária da 109,6 há quase 18 anos. Ela afirma ter sido importante contribuir para um trabalho que coloca a mulher em destaque de forma positiva.

 

“Foi uma experiência muito significativa poder compartilhar um pouco da minha caminhada, os desafios enfrentados, conquistas alcançadas e também a rotina de trabalho que exerço com tanto empenho e dedicação. Mas do que um relato, foi um momento de reflexão sobre como cada uma de nós contribui, de forma única, para o funcionamento e fortalecimento da Rádio Universidade FM”, ponderou.

 

A Social Media da Universidade FM, Kariny Ribeiro Santiago, também é uma das mulheres com atuação na emissora.

 

“Participar da entrevista para a criação do artigo científico foi muito importante, uma vez que, a publicação contempla aquilo que nós mulheres desenvolvemos dentro da comunicação social como um todo, em específico, da nossa rádio a de universidade FM”, disse.

 

Depoimentos como o de Lana Rodrigues e Kariny Santiago atestam a relevância do artigo, sobretudo, quando a autora, Izani Mustafá, é enfática ao falar sobre a perspectiva de gênero.

 

“É importante e necessário trabalharmos as pesquisas científicas com a perspectiva de gênero para mostrar à sociedade que, sim, as mulheres trabalharam e trabalham em várias áreas do mercado. Mas suas histórias, suas contribuições, estão apagadas ou invisibilizadas porque, infelizmente, a sociedade ainda é machista, patriarcal e preconceituosa”.

 

Izani entrevistando a diretora executiva da Universidade FM, Josie Bastos

 

A partir de publicações como esta, fica claro que “precisamos quebrar essas barreiras. Mapear e identificar, no nosso caso, as mulheres que trabalharam e trabalham no rádio é relevante. Nós, pesquisadoras e cientistas mulheres, temos agora, no Século XXI, o compromisso de falar delas e apresentar suas contribuições na atividade que tanto amam e exercem com a mesma competência que qualquer homem”, avaliou.

 

O trabalho de Izani reforça a importância da memória e da valorização das histórias de vida como ferramenta para compreender a presença das mulheres no rádio e, mais amplamente, nos meios de comunicação.

 

 

CIÊNCIA

Depois de publicar e apresentar o artigo durante o Encontro Anual da Compós, a professora pontua que os próximos passos devem ser a ampliação e revisão do trabalho para publicação em revista científica e posterior lançamento em formato de livro.

 

“Pretendemos ampliar e revisar o artigo, com as sugestões que vieram dos colegas do Grupo de Trabalho Estudos Radiofônicos, para publicá-lo em uma revista científica. E, no futuro, as histórias completas das profissionais da Rádio Universidade FM (106,9) estarão narradas em um livro que o GP RPM pretende escrever e lançar até o final de 2027”.

 

Izani Mustafá é professora do Departamento de Comunicação Social da UFMA-Imperatriz

 

Izani informa ainda que “até agora já realizamos 53 entrevistas com profissionais de diversas rádios comerciais e educativas legalizadas, de cinco cidades do Maranhão, situadas em quatro mesorregiões. Neste momento, ainda temos cerca de 25 entrevistas a serem realizadas por mim e pelas demais pesquisadoras do grupo: professoras Nayane Brito (UFMA), Kátia Fraga (UFV) e as alunas PIBIC Katherine Malaquias Martins e Solange Oliveira”.

 

Os interessados em se aprofundar na leitura dos estudos produzidos a partir do artigo “Histórias de vida das profissionais da Rádio Universidade FM (106,9): retrato do ano de 2024” podem acessar o link: https://compos.org.br/2025/06/anais-do-34o-encontro-anual-da-compos/

 

Borges Júnior

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