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Pesquisa do Ceuma estuda probióticos da castanha de caju na cicatrização de feridas

publicado: 13/11/2025 15h21, última modificação: 13/11/2025 15h21
Layse Ribeiro de Sousa Carvalho é estudante de Biomedicina da Universidade Ceuma..jpg

As infecções de pele causadas por bactérias resistentes a antibióticos têm se tornado um dos grandes desafios das ciências da saúde. O avanço da resistência microbiana - provocado principalmente pelo uso indiscriminado de medicamentos - tem incentivado a busca por soluções terapêuticas mais seguras e sustentáveis.

 

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Nesse cenário, a acadêmica de Biomedicina da Universidade Ceuma, Layse Ribeiro de Sousa Carvalho, investigou uma alternativa promissora que vem de uma fonte tipicamente nordestina: o leite fermentado da castanha de caju.

 

Layse pesquisou micro-organismos probióticos presentes nesse alimento e avaliou como eles podem atuar no combate a infecções cutâneas e no processo de cicatrização.

 

De acordo com a pesquisadora, a escolha da matriz vegetal não foi por acaso.

 

“O leite fermentado da castanha de caju foi escolhido justamente por ser uma fonte vegetal, e um recurso abundante no Nordeste, embora ainda pouco explorado. Com o avanço da resistência microbiana causada pelo uso indiscriminado de antibióticos, sentimos a necessidade de desenvolver novas abordagens terapêuticas utilizando antimicrobianos naturais”, explica.

 

Colônias isoladas do leite fermentado de castanha de caju

 

A pesquisadora isolou duas bactérias do tipo lactobacilos presentes no leite fermentado.

 

Os micro-organismos passaram por testes de tolerância a acidez, sais biliares, cloreto de sódio e radiação ultravioleta, condições que simulam, tanto o trato gastrointestinal, quanto ambientes semelhantes aos de uma pele lesionada.

 

Os resultados demonstraram que os isolados apresentam alta resistência e permanecem viáveis mesmo em situações adversas.

 

No campo da saúde da pele, estudos recentes já indicam que bactérias ácido-láticas podem auxiliar na regeneração de feridas e na proteção contra agentes patogênicos.

 

Layse destaca que “esses micro-organismos mostram potencial na cicatrização de feridas, no combate a processos inflamatórios e na resistência contra infecções causadas por patógenos multirresistentes”.

 

Ela ainda reforça que a intenção da pesquisa é avançar para formulações tópicas - que são aplicadas diretamente na pele - que usam essas cepas probióticas no tratamento e prevenção de infecções.

 

 

Os resultados apontam que as bactérias isoladas são seguras, apresentam bom desempenho e podem ser aplicadas futuramente em produtos farmacêuticos, cosméticos e terapêuticos.

 

No entanto, a pesquisadora lembra que ainda são necessários estudos clínicos antes que qualquer formulação chegue ao uso cotidiano.

 

Layse teve orientação do professor doutor Luis Cláudio Nascimento da Silva, do Programa de Pós-Graduação em Biologia Microbiana, da Universidade Ceuma, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema).

(Bruno Goulart)

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