Notícias

Professora Flávia Moura, do Departamento de Comunicação, é convidada para coletiva de imprensa do filme “Pureza”

publicado: 16/05/2022 13h22, última modificação: 19/05/2022 11h27

A professora Flávia Almeida Moura, do Departamento de Comunicação, participará da coletiva de imprensa do filme “Pureza”, que será realizada no dia 18 de maio, das 14h30 às 15h30, na Procuradoria Regional do Trabalho (PRT) – 16ª Região, no bairro do Calhau, em São Luís. Além da docente, estarão presentes no evento o diretor de Produção Cinematográfica, Renato Barbieri; e Pureza Loyola, a maranhense que inspirou a obra. A produção cinematográfica terá sua estreia oficial no dia 19 de maio em cinemas de todo o Brasil.

Flávia Moura (foto abaixo) desenvolve e coordena pesquisas e projetos na área de trabalho escravo contemporâneo e comunicação, já lançou livros sobre o tema e é lider do Grupo de Estudos Trabalho Escravo e Comunicação (Getecom). Foi nesse contexto que a docente foi convidada, pois o trabalho escravo é o tema central de “Pureza”. “Já estive anteriormente em debates, com movimentos sociais, junto ao Renato Barbieri, ao Xavier — que é o coordenador da campanha nacional da Comissão Pastoral da Terra, CPT – e à Brígida Rocha, agente da CPT aqui no Maranhão. Já fizemos juntos algumas discussões acerca desse tema”, contou a docente.

No filme, Pureza Loyola é interpretada pela atriz Dira Paes, atualmente destaque na novela “Pantanal”, que é exibida em “horário nobre”. “A participação da Dira no filme é muito emblemática. Ela é uma atriz grandiosa e é ativista dos direitos humanos. Com ela no elenco, consegue-se envolver ainda mais a opinião pública. Com certeza ajuda na divulgação dessa mazela social que precisamos combater”, comentou a docente.

A coletiva contará ainda com Sérgio Sartório, ator, diretor e produtor executivo do filme; Rogenir Costa, ativista climática e dos direitos humanos; Flávio Lazzarin, coordenador da Comissão Pastoral da Terra à época, que orientou e apoiou dona Pureza; Brígida Rocha dos Santos, ativista dos direitos humanos e do movimento negro; Luciano Aragão Santos, procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Maranhão e coordenador regional de combate ao trabalho escravo e tráfico de pessoas; e Anita Machado, diretora-executiva do Instituto Da Cor ao Caso, plataforma de diversidade e letramento racial, com ações de impacto sociocultural e gerenciamento de crise.

Veja para mais informações sobre “Pureza” no site do filme

O Filme

O filme “Pureza” é inspirado em Pureza Loyola, maranhense nascida no município de Presidente Juscelino e que depois se mudou para Bacabal. Após a morte do marido, trabalhou em uma olaria e em uma venda de tijolos, sempre ao lado de seus cinco filhos. Em 1993, após muito tempo sem notícias sobre seu filho mais novo, que tinha ido tentar a sorte no garimpo, decidiu ir atrás dele por conta própria, em busca de encontrá-lo vivo ou morto.

Pureza sabia apenas que o filho, Antônio Abel, tinha ido para o Pará, então ela saiu de casa somente com a roupa do corpo e uma bolsa carregando uma bíblia e uma foto de seu caçula. E foi nessa empreitada que, passando por muitas fazendas, descobriu um sistema perverso de aliciamento e escravidão de trabalhadores.

Ela conheceu de perto o drama dos peões, tornou-se amiga e confidente de muitos trabalhadores. Conheceu por dentro o sistema pelo qual os empregadores confiscavam documentos de identidade dos empregados e os tornavam totalmente dependentes dos encarregados para obter roupa, comida e produtos básicos. Ouviu relatos dramáticos de escravizados que poderiam ser mortos se tentassem se rebelar ou fugir.

Com a ajuda da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Pureza entrou em contato com o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho no Maranhão, no Pará e em Brasília. Chegou a escrever cartas para três presidentes da República: Fernando Collor, Itamar Franco – o único que lhe respondeu – e Fernando Henrique Cardoso. Até hoje, ela guarda uma cópia de cada uma dessas cartas.

A batalha dessa mãe para encontrar Abel deu impulso decisivo à criação, em 1995, do Grupo Especial Móvel de Fiscalização, que uniu auditores fiscais do trabalho, policiais federais e procuradores do trabalho para viabilizar o cumprimento da lei e a observância de direitos trabalhistas em todo o território nacional. Até 2021, este grupo já havia libertado mais de 57 mil trabalhadores em condições análogas à escravidão.

Em 1997, Pureza recebeu, em Londres, o Prêmio Antiescravidão da Anti-Slavery International, a mais antiga organização de combate ao trabalho escravo em atividade no mundo.

Confira o trailer:

Por: Kaio Lima

Produção: Bruna Castro

Revisão: Jáder Cavalcante

registrado em: