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HU-UFMA participa de mutirão de cirurgias para combater o câncer de pênis

publicado: 07/02/2022 10h50, última modificação: 07/02/2022 13h25

Na manhã desta sexta-feira, 4, a equipe da Unidade do Sistema Urológico do Hospital Universitário da UFMA, gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HU-UFMA- Ebserh-MEC), realizou dez cirurgias de postectomia, indicada para os casos de fimose (quando a pele que recobre o pênis não deixa a glande ser exposta), de forma simultânea em duas salas, uma no ambulatório e outra no centro cirúrgico. A ação fez parte do mutirão de cirurgia de postectomia realizada em todos os estados do Norte e Nordeste, para cerca de 150 homens que estavam cadastrados nas filas de espera dos hospitais participantes, sob a coordenação da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) Seccional Maranhão e do HU-UFMA.

O mês de fevereiro foi instituído pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) como o mês de Prevenção do Diagnóstico de Câncer de Pênis, uma vez que dia 4 de fevereiro é o Dia Mundial do Câncer. Aproveitaram a data para alertar os homens com relação aos cuidados que podem evitar a doença, com a realização do mutirão.

O bancário aposentado Raimundo Neto, 59 anos, foi um dos pacientes submetidos ao procedimento. Assim que percebeu modificações em seu órgão, inclusive dores, procurou logo atendimento médico e foi indicado para a cirurgia, por conta da idade e do peso. “Estou muito feliz em poder participar do mutirão. Já estava com algumas dificuldades e dores, principalmente no último mês. E, por indicação do médico, o ideal era que fosse logo submetido à cirurgia para evitar o risco de câncer daqui a alguns anos. Agradeço a oportunidade, por se tratar, inclusive, de um hospital em que confio.”

O mutirão no HU-UFMA ficou sob a organização da Unidade do Sistema Urológico, tendo como profissional à frente o responsável técnico da Urologia do HU-UFMA, José de Ribamar Rodrigues Calixto, que também é o coordenador do Departamento de Câncer de Pênis da SBU. A ação envolveu os profissionais e residentes do serviço, que se dividiram nos dois prédios, Unidade Presidente Dutra e no prédio da Litotripsia.

Ribamar Calixto reforça a importância dessa iniciativa: “Nós temos uma fila muito grande com pacientes com fimose e por isso tivemos essa iniciativa de realizar um mutirão, que não ocorreu só aqui no Maranhão, mas em todos os estados do Norte e Nordeste.”

Quando se trata de câncer de pênis, qualquer mudança na genitália deve ser avaliada pelo urologista. “O homem deve suspeitar de qualquer alteração no seu pênis, como ferida que não cicatriza, nódulos, secreções saindo do prepúcio, área vermelha endurecida, sangramentos vindos da glande (aquela que não é exposta), pruridos (coceiras). Dessa forma, é recomendável procurar um urologista se perceber qualquer lesão no pênis, pois ela pode ser ‘pré-maligna’, evitando, assim, a evolução para o câncer propriamente dito”, orienta José de Ribamar do HU-UFMA e coordenador do Departamento de Câncer de Pênis da SBU.

Ele destaca ainda que, neste ano, o objetivo foi promover uma campanha que vai além da conscientização, deixando-a mais prática por meio das cirurgias para acelerar a fila.

O presidente da SBU-MA, Jório Barros do Carmo, destacou a importância da ação: “Sabemos ainda que a procura por profissionais de saúde e diagnóstico precoce de todos os tipos de câncer, incluindo o pênis, foi bastante reduzida nos últimos dois anos devido à pandemia de covid 19. Em face disso, a Sociedade Brasileira de Urologia-SBU, por meio de suas seccionais, está promovendo, no mês de fevereiro, um mês de combate ao câncer de pênis. No intuito de chamar a atenção para a doença, foram realizados procedimentos cirúrgicos de postectomia. O diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento seja menos mutilador e traumático”.

Uma pesquisa de 2018, realizada no Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), vinculado à Ebserh, revela que o Maranhão é líder em casos de câncer de pênis no Brasil e no mundo. Ela foi realizada por um grupo formado por 12 pesquisadores, 11 do Maranhão e uma de São Paulo, divididos entre profissionais, acadêmicos e pós-graduandos. Baseado na pesquisa, foi publicado o artigo científico “Penile cancer in Maranhão, Northeast Brazil: the highest incidence globally?”, que determina a incidência mínima de câncer de pênis e descreve as características epidemiológicas e clínicas dos pacientes diagnosticados com a doença no Estado do Maranhão. De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), o Maranhão aparece como o líder no mundo em casos de câncer de pênis, com 6.1 por cada 100 mil habitantes. (estatística não oficial, realizada por meio de trabalhos científico locais).

“O câncer de pênis ainda é uma doença frequente em nosso país, principalmente em algumas regiões do Norte e Nordeste, nas quais o índice de homens acometidos só é menor do que o de alguns países da África subsaariana. O tratamento deste câncer, dependendo da evolução da doença, pode tornar necessária a amputação parcial ou até mesmo total do órgão. A limpeza inadequada do pênis, provocada algumas vezes pela presença de fimose, e as infecções sexualmente transmissíveis estão entre as principais causas desse tipo de câncer. A SBU, nessa campanha, pretende divulgar essas informações, fazendo com que os homens se conscientizem da importância desses cuidados para evitar essa doença, e também alertando sobre a necessidade de consultar um especialista assim que seja notada alguma alteração nesse órgão”, enfatiza Dr. Alfredo Canalini, presidente da SBU. 

Com informações da Sociedade Brasileira de Urologia

Por: Unidade de Comunicação Social do Hospital Universitário

 Revisão: Jáder Cavalcante

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