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Extensão universitária: para além do voluntarismo, uma política de transformação da universidade

publicado: 09/11/2021 14h40, última modificação: 19/07/2022 09h22
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A Resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018, do Conselho Federal de Educação, posiciona, em definitivo, a extensão como um dos pilares da indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão. Uma condição que, em muitas universidades brasileiras, ainda se resume ao discurso e à ação de poucos (as), mas imprescindíveis professores (as) e técnicos (as) comprometidos (as) com a superação de uma visão academicista da universidade.

Como reflete Moacir Gadott, “a universidade que temos está muito centrada no ensino e na pesquisa e, por meio de um novo paradigma da Extensão Universitária, a própria universidade pode ganhar um novo sentido. A luta para garantir as conquistas do PNE tem estimulado muita gente a pensar numa visão emancipadora da Extensão Universitária no contexto da curricularização instituída por ele”.

A inserção da extensão nos currículos dos cursos de graduação representa, portanto, um avanço nas concepções e nas práticas das universidades brasileiras. Nos termos do Artigo 3º da Resolução acima mencionada, “a Extensão na Educação Superior Brasileira é a atividade que se integra à matriz curricular e à organização da pesquisa, constituindo-se em processo interdisciplinar, político educacional, cultural, científico, tecnológico, que promove a interação transformadora entre as instituições de ensino superior e os outros setores da sociedade, por meio da produção e da aplicação do conhecimento, em articulação permanente com o ensino e a pesquisa”.

Necessário destacar, porém, que o reconhecimento de que a extensão, de fato e de direito, tem a mesma importância que o ensino e a pesquisa, na formação cidadã dos (as) estudantes, deve-se à luta histórica de educadores e educadoras, comprometidos (as) com o social, desde o pioneirismo do educador Paulo Freire, ao protagonismo do Fórum de Pró-Reitores das Instituições de Educação Superior Públicas Brasileiras -FORPROEX.

Colhemos hoje frutos daqueles que nos antecederam. Na Universidade Federal do Maranhão, por meio das Pró-Reitorias de Extensão e Cultura (PROEC) e de Ensino (PROEN), estamos construindo, coletiva e democraticamente, o processo de curricularização da extensão o qual tem avançado, sempre considerando as diretrizes do FORPROEX quanto à garantia da interdisciplinaridade e da interprofissionalidade, bem como da indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão.

Além da disposição do diálogo entre os setores, temos estudado muito e bebido na experiência das instituições que já estão com o processo de curricularização avançado, como a Universidade de Brasília -UNB e a Universidade Federal do Rio de Janeiro -UFRJ. Como resultado destes processos, já elaboramos uma minuta de resolução que, após consulta pública à comunidade universitária e acatadas as contribuições, está em processo de análise jurídica para aprovação no Conselho de Ensino e Extensão – CONSEPE.

Nesse sentido, o site que agora colocamos à disposição da comunidade traz o histórico destes momentos, além de um repositório com informações e esclarecimentos relevantes para a construção do nosso processo de curricularização. Um processo que nasce de uma determinação da atual gestão da UFMA quanto a ter como foco das nossas ações os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – as ODS da ONU, em consonância com a orientação para o uso das tecnologias sociais as quais compreendem produtos, técnicas ou metodologias replicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social.

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