A biblioteca como espaço de interculturalidade

Contação de histórias a partir do uso de recurso audiovisual

original-borda-leitura-tambem-faz-imagens.jpegO subprojeto intitulado “Práticas de leituras na Biblioteca Comunitária Ler é Preciso, Judite de Sousa Lima”, vinculado ao projeto de extensão “A biblioteca como espaço de Interculturalidade”, tem se destacado pelo uso criativo do audiovisual como instrumento de leitura, escuta e valorização da cultura indígena. O projeto é coordenado pela profª Dra. Neusani Oliveira Ives Felix, e conta com a participação das bibliotecárias Francinete Primo e Jaciara Marques Galvão Silva (UFMA), da profª Msc. Daniely Gaspar e das acadêmicas Ingride Isete Guajajara, Pricila Almeida, Aramilda Santos, Geislane Rodrigues, Aline Machado e acadêmico Bruno Silva.

A ação extensiva está sendo desenvolvida na Biblioteca Comunitária Ler é Preciso – Judite de Sousa Lima, na Pré-Escola Cacique Virgulino Bento, aldeia Morro Branco, município de Grajaú-MA, com o objetivo criar um espaço de leitura aberto a alunos indígenas e membros da referida comunidade.

No processo de realização contação de histórias, realizados nesta ação extensiva recursos de diferentes naturezas vem sendo elaborados, como fantoches, maquetes e recursos audiovisuais. Assim, destacamos os recursos audiovisuais como forma de repaginação de conteúdo, e, no âmbito da prática de leitura, de obras literárias e tradições locais, poderá tornar a leitura mais acessível, dinâmica e conectada à realidade da comunidade.

Um primeiro exemplo, foi a releitura em vídeo do livro infantojuvenil “Tekoa: conhecendo uma aldeia indígena”, de autoria de Olívio Jekupé, o livro retrata o cotidiano de uma comunidade indígena, destacando a importância do território tradicional (tekoa) como espaço de vida, cultura e espiritualidade. A narrativa apresenta, de forma sensível e acessível, as rotinas, os saberes ancestrais, as brincadeiras, os rituais e o vínculo profundo dos povos indígenas com a natureza, valorizando a oralidade, a coletividade e o respeito às tradições. É uma obra que convida o leitor a conhecer e respeitar os modos de vida indígenas, promovendo a empatia e a interculturalidade.

Um segundo exemplo, e, marcante foi a produção do vídeo sobre a Festa do Moqueado entre os Tentehar, celebração tradicional do povo Tentehar/Guajajara que foi recriada em imagens reais, a partir do registro de festas anteriores em aldeias da região. Às imagens do vídeo foi adicionada a cantoria entoada pelos indígenas Tentehar.

Os vídeos produzidos não apenas encantam, mas fortalecem a identidade cultural, promovem o protagonismo indígena e transformam a biblioteca em um espaço de memória viva. Portanto, o objetivo da produção de uma ferramenta pedagógica a partir do recurso audiovisual é estimular a leitura, a criatividade, e, ampliar o alcance das vozes indígenas, gerando impacto sociocultural e educacional. O audiovisual se configura para além uma ferramenta pedagógica sendo um elo entre gerações, um livro falado e vivido, que emociona, ensina e transforma.