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Reitor apresenta ações da UFMA, em tempos de pandemia, durante seminário da Andifes

por Sansão Hortegal publicado: 30/07/2020 15h42, última modificação: 30/07/2020 18h11

O reitor Natalino Salgado participou nesta quinta-feira, 30, do Seminário Andifes: Propostas para biossegurança, contingências, meios pedagógicos e infraestruturas para as atividades de ensino, pesquisa e extensão, com o objetivo de apresentar e discutir ações que as Universidade Federais têm desenvolvido em tempos de pandemia para garantir a continuidade das atividades acadêmicas mesmo que remotas.

Desde o mês março, quando houve a paralisação das atividades presenciais na Universidade, o reitor, pró-reitores, superintendentes e diretores, se reuniram para planejar ações que, mesmo remotamente, pudesse dar continuidade às atividades universitárias, sem que a comunidade acadêmica fosse prejudicada.

Com esse contexto, a Universidade iniciou o processo de ensino remoto, com o objetivo de proteger a saúde da comunidade universitária e de seus familiares enquanto perdurar a pandemia no Brasil, além de contribuir para diminuir os índices de transmissão e viabilizar, na prática, o planejamento acadêmico em tempo de pandemia.

“Realizamos um calendário acadêmico especial remoto, 2020.3, no período de 15 de junho a 18 de julho. Nesse período, foram realizadas capacitação dos docentes com pontuação especial, flexibilização da oferta de disciplinas e componentes curriculares, aprovação de carga horária mínima para integralização dos cursos da área da saúde, colação de grau especial, aproveitamento da carga horária do PID para o período de 2020.1”, detalhou o reitor.

Ele falou também do calendário acadêmico emergencial remoto e/ou híbrido 2020.1, que será no período de 14 de setembro a 19 de dezembro, e 2020.2, no período de 8 de fevereiro a 30 de abril de 2021.

O reitor destacou que os objetivos do ensino remoto são ampliação da oferta de componentes curriculares resgatando as especificidades dos cursos, flexibilização das modalidades de defesas dos trabalhos de conclusão de curso, desenvolvimento dos componentes curriculares utilizando tecnologias da informação e comunicação, combinar duas modalidades de ensino (remoto e/ou presencial), complementação do estágio com outras cargas horárias, suspensão do tempo máximo de integralização, proibição do desligamento do discente e possibilidade de mudar a carga horária prática e teórica.

“Durante esse período de pandemia, realizamos diversas colações de grau, inclusive para a turma de medicina dos câmpus de São Luís, Pinheiro e Imperatriz, a elaboração do projeto Máscaras pela Vida, reunião da administração superior para alinhamento das ações, reunião com os diretores de centro, realização de lives beneficentes para ajudar nossos estudantes em vulnerabilidade socioeconômica, produção de álcool glicerinado por docentes, estudantes e técnicos, parcerias com as fundações Josué Montello e Sousândrade e com o Hospital Universitário”, explicou.

Os principais desafios da Universidade, no uso das atividades remotas, assumem o protagonismo para suprir o vácuo acadêmico com o ensino remoto de emergência no contexto do Brasil; planejar a Universidade, olhando para o futuro em um contexto de pós-pandemia; investir em tecnologias de Informação e Comunicação; superar as deficiências de aprendizagem expostas pela pandemia a exemplo das rupturas do ecossistema educacional brasileiro muito resistente à mudanças, rigidez nos currículos e baixa inclusão digital; contribuir para a diminuição das desigualdades e do racismo estrutural; incentivar o uso massivo de tecnologias de simulação em realidade virtual aumentada, telemedicina, telessaúde, teleducação e compartilhamento virtual de experiências clínicas.

Para conhecer a comunidade acadêmicos e suas condições de uso para o ensino remoto, a Universidade realizou pesquisas on-line. Os dados apontaram que 60,5% dos estudantes e 57,86% dos professores, apoiaram o retorno das aulas de forma remota.

Com base nesses dados, foram implantadas ações para superar as dificuldades, como treinamentos, cursos e webinários realizados pela Diretoria Interdisciplinar de Tecnologia na Educação. A UFMA investiu em tecnologia, por meio da plataforma GSuite, que garante e-mails institucionais para docentes, discentes e técnicos, para utilizar das ferramentas disponíveis para atividades remotas e armazenamento em nuvem ilimitado, adequação no SIGAA para haver mais interação professor-aluno, utilização da plataforma da Rede Nacional de Pesquisa (RNP) para a realização de conferências web, parceria com a IBM para utilização da inteligência artificial, atualização do UFMA Mobile, cujas ações foram organizadas pela Superintendência de Tecnologia da Informação.

O reitor Natalino Salgado lembrou também da política de inclusão digital para garantir acesso à internet, com o lançamento de dois editais que disponibilizam tablets e chips de dados para estudantes em vulnerabilidade socioeconômica. “A medida é essencial para que os estudantes de graduação, incluindo aqueles com exclusão digital, possam acompanhar as atividades que serão ministradas de forma remota”, concluiu.

Após a apresentação do reitor Natalino, o presidente da Andifes, reitor João Carlos Salles (UFBA), parabenizou pela explanação e ações que a UFMA tem desenvolvido neste período, que não são poucas, e lembrou que a sociedade brasileira enfrenta um de seus maiores desafios. “A pandemia mostra a desigualdade presente em nossa sociedade, a exclusão, vários traços que comprometem a própria capacidade de resposta à esse cenário. A universidade, entretanto, resiste e tem enfrentado a pandemia com toda sua energia em conhecimento e em solidariedade. Agora, precisamos desenvolver um plano para enfrentamento dessa situação de pandemia e, também, a situação pós-pandemia”, explicou.

Segundo ele, a expectativa é que haja um relatório das discussões da comissão até o fim de julho. “Estamos trabalhando para apresentar um projeto consistente e amplo, que possa garantir o retorno às atividades respeitando as condições sanitárias da forma mais precisa e responsável e que também garanta a qualidade das nossas atividades em ensino pesquisa e extensão. Nossa expectativa é que tenhamos, no fim deste mês, um documento mais robusto e que mostre que o sistema de universidades federais está cumprindo sua missão perante a sociedade”, concluiu.