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Primeiro estudante surdo de Turismo defende TCC sobre visitação de pessoas surdas em museus e pontos turísticos de São Luís

publicado: 29/12/2022 08h05, última modificação: 29/12/2022 08h05
O pesquisador mapeou as dificuldades que as pessoas surdas encontram quando visitam museus e pontos turísticos da cidade.
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Cultura, acessibilidade e inclusão social: esses são alguns dos elementos abordados no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Etelvino Neto, primeiro estudante surdo do curso de Turismo da UFMA. Ele defendeu o TCC no dia 15 e apresentou um projeto turístico voltado para visitação de pessoas surdas em museus e cartões postais de São Luís.

Com o objetivo de chamar a atenção para a inclusão das pessoas surdas no processo de visitação dos espaços culturais da cidade, Etelvino elaborou o projeto “Um dia de Vivência na Fábrica Santa Amélia: uma experiência inclusiva com deficientes auditivos”, em que a primeira etapa da pesquisa foi uma palestra ministrada no Centro de Ensino e Apoio à Pessoa com Surdez (CAS) para jovens e adultos surdos, mapeando as dificuldades que eles encontram quando visitam museus.

Etelvino observou que os espaços culturais de São Luís não foram adaptados para promoverem a inclusão de pessoas surdas. Na busca por alternativas que visam atenuar essa problemática, o pesquisador iniciou a produção de vídeos com a apresentação de expressões próprias da cultura maranhense em Língua Brasileira de Sinais (Libras) para facilitar a compreensão de termos relacionados ao turismo local, como “Palácio dos Leões” e “Tambor de Crioula”. De acordo com o acadêmico, todo o processo de inclusão se inicia na busca por terminologias que facilitam a comunicação.

A segunda etapa da pesquisa consistiu em uma visita guiada por Etelvino ao complexo de ensino da Fábrica Santa Amélia com a participação de alunos surdos do CAS. Segundo ele, a escolha desse espaço se deu por motivações relacionadas à sua própria vivência pessoal. “O trabalho é uma reflexão sobre questões que envolvem a minha própria vivência dentro da Fábrica, tal qual os desafios que  assumi como estudante e algumas dificuldades que fui percebendo em relação à acessibilidade, como a falta de guias para cegos”, relatou.

De acordo com a professora Conceição de Maria Belfort, que orientou a pesquisa, esse trabalho é importante para promover a reflexão não somente sobre o acesso da pessoa surda aos espaços culturais, mas também para a experiência que elas têm quando visitam esses locais. “É importante que o processo de visitação desses espaços afete, positivamente, a experiência dos visitantes. No levantamento da percepção das pessoas surdas sobre sua visitação aos equipamentos culturais em São Luís, observou-se que esses espaços não são pensados para promover inclusão”, declarou.

Etelvino elaborou seu TCC em parceria com duas colegas de curso, Sarah Beatriz de Jesus Santos da Silva e Maria Natália Machado Coêlho, e pretende, em breve, ampliar seu trabalho para o contexto do curso de Hotelaria, com o objetivo de agregar novos espaços culturais e turístico em sua pesquisa.

Por: Bruno Goulart

Produção: Bruna Castro

Revisão: Jáder Cavalcante

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